Não é de um momento para o outro, mas, com jeitinho, o governo consegue convencer o povo de que é melhor privatizar serviços públicos.
Primeiro passo – reduzir o número de funcionários de uma repartição de serviço público, viabilizando atrasos na prestação do serviço, manter equipamentos obsoletos para diminuir ainda mais a eficiência do setor, e aumentar bastante as tarifas do serviço, para a população pensar que serviço estatal é ruim e caro como o privado.
Segundo passo – fechar algumas unidades e escolher os pontos mais rentáveis e passar por meio de concessão para a iniciativa privada, que, graças ao aumento de tarifas, consegue, com equipamentos modernos e bom número de funcionários, prestar um serviço um pouco melhor.
Não precisa mais nada para o povo ficar satisfeito e não perceber que está pagando muito mais caro pelos serviços que poderiam ser eficientes e mais baratos se as repartições públicos tivessem a devida administração. É o que está acontecendo com os correios.
A finalidade da empresa pública não é dar um grande lucro, mas prestar um serviço de forma mais acessível à população. Mas o interesse de determinados políticos não é o bem do povo, e sim os tirar proveito dos bens públicos; e a forma mais interessante para eles é entregar o que é público para empresas a que estão ligados, ganhando muito com isso.
Como as empresas privadas visam o máximo de lucro possível, esses serviços privatizados têm que ser caros. E os agentes políticos privatizadores, como meio de ludibriar o povo, preparam o caminho diminuindo a eficiência das empresas públicas visadas e encarecendo de antemão as suas tarifas, para que, quando privatizadas já estejam preparadas para dar lucros sem ter que aumentar ainda mais os preços.
E, como os privatizadores de hoje já são bem experientes, aumentam as tarifas antes de privatizar e reduzem a eficiência da empresa pública, o povo não percebe o prejuízo e fica satisfeito.
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