CONGRESSO IGNORA ESPECIALISTA E DERRUBA VETOS DE LULA

Congresso ignora especialistas e derruba vetos de Lula a novo licenciamento ambiental
Entre os trechos retomados, está o que prevê licenças simplificadas para atividades de baixo potencial poluidor. Governo apelou pela manutenção de vetos, mas foi derrotado.
Por Kevin Lima, Marcela Cunha, g1 — Brasília
27/11/2025

Governo apelou para que Congresso não derrubasse vetos no licenciamento ambiental

O Congresso derrubou nesta quinta-feira (27), em sessão conjunta, uma série de vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e retomou regras que fragilizam o processo de licenciamento ambiental.

Na Câmara, o placar foi de 295 votos pela derrubada e 167 pela manutenção dos vetos. No Senado, 52 votos a 15.

A decisão dos congressistas contraria apelos do Palácio do Planalto, de entidades da sociedade civil e de ambientalistas. A avaliação do grupo é de que a medida representa um retrocesso na proteção do meio ambiente.

Entre os trechos que devem ser retomados, está autorização para que atividades e empreendimentos considerados de baixo e pequeno porte — ou com baixo e pequeno potencial poluidor — obtenham licenças por um processo de adesão e compromisso (LAC), mais simples do que o procedimento regular.

Segundo o governo, obras com “risco relevante” ao meio ambiente poderão se beneficiar da medida, como barragens de rejeito.

Os parlamentares também decidiram livrar de licença ambiental as obras de saneamento básico até o atingimento de metas de universalização de tratamento de esgoto e água.

Obras estratégicas

O veto de Lula à criação de um processo simplificado, em uma única etapa, para liberação de obras estratégicas não foi votado nesta quinta. O trecho era avaliado como “crítico” pelo Planalto e deverá ser discutido, na próxima semana, durante a análise de uma medida provisória.

Chamado de Licenciamento Ambiental Especial (LAE), esse processo foi aprovado pelos senadores e deputados após articulação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AL). A modalidade é defendida amplamente por parlamentares da bancada do agronegócio.

A medida permitiria que, independentemente do impacto ambiental, atividades fossem liberadas de forma célere e pulando etapas do processo regular, que prevê estudos e três tipos de licença até a efetiva operação do empreendimento.

A bancada do agro também atuou para a derrubada dos outros vetos de Lula à proposta que cria novas regras para o licenciamento ambiental. Para o grupo, os novos procedimentos vão desburocratizar a obtenção de licenças ambientais e destravar uma série de obras de infraestrutura pelo país.

Lula havia vetado 63 pontos do texto

O Congresso aprovou as novas regras de licenciamento ambiental em julho. No início do mês seguinte, o presidente Lula sancionou a proposta, mas vetou 63 pontos do texto.

Em outubro, o Planalto conseguiu adiar a análise dos vetos, em uma mobilização para evitar o enfraquecimento das regras ambientais antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorreu em Belém (PA).

Lideranças governistas tentaram evitar a derrota oficializada nesta quinta. Nas últimas horas, o governo e o PT reprisaram a estratégia adotada na PEC da Blindagem e utilizaram as redes sociais para pressionar parlamentares.

O próprio Palácio do Planalto emitiu uma nota à imprensa defendendo a manutenção de todos os vetos de Lula. O governo afirmou, na manifestação, que a retomada dos trechos poderia “trazer efeitos imediatos e de difícil reversão” para o meio ambiente.

Apesar disso, a articulação de Alcolumbre, que rompeu relações com emissários do Planalto, e a mobilização da bancada do agronegócio frustrou a operação.

Durante a análise dos vetos nesta quinta, o presidente do Senado disse que as novas regras do licenciamento são necessárias para o “desenvolvimento do nosso país”.

“Qualquer tentativa de transformar isso em disputa política desconsidera o papel institucional do Congresso”, afirmou Alcolumbre.

Outros pontos

O Congresso também rejeitou veto do presidente Lula e retomou um trecho que livra obras de manutenção e melhoramento de rodovias do licenciamento ambiental.

Os parlamentares retomaram, ainda, a dispensa de licenciamento para atividades rurais que ocorram em imóveis em processo de homologação no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Outros pontos restabelecidos pelo Congresso restringem a consulta de povos indígenas e comunidades quilombolas no processo de licenciamento.

Segundo o texto, apenas terras indígenas homologadas e territórios quilombolas titulados poderão se manifestar.

Deputados e senadores também aprovaram a redução de processos para proteger o desmate de matas primárias e secundárias na Mata Atlântica.
<https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/11/27/congresso-vetos-de-lula-a-novo-licenciamento-ambiental.ghtml>

Esse congresso não está preocupando com o aumento dos desastres por temporais, nem com secas.  O objetivo deles é desgastar o governo e manter o povo na ignorância e miséria por meio do desmonte da educação pública e privatizações.   Como diz um de seus pastores americanos, eles acham que não precisam se preocupar com o aquecimento global, pois, segundo crês, logo logo Jesus vem bota fogo nesse mundo.    Mas o que nos preocupa é que, se ninguém conseguir detê-los,  eles é que, em nome de Jesus, vão incendiar o nosso mundo.

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