Aos trinta anos, após freqüentar por quatro meses uma academia de musculação,
discordando dos professores ante os conhecimentos adquiridos em revistas do
gênero, passei a fazer os exercícios em casa, repetindo as séries a cada dois
dias.
Antes, eu jamais havia visto uma academia de musculação. O nome musculação me
era desconhecido. Os exercícios que praticava antes eram correr, pular, andar de
bicicleta, até mesmo pendurar-me em alguma coisa que me permitisse flexões de
braços, e realizara muitos esforços no trabalho no período de vida rural.
Atento aos resultados, notei que, quando suspendia os exercícios por intervalos
de três ou quatro dias, me sentia mais forte do que quando estava seguindo o
ritmo estabelecido. Imaginei que a prática da cultura física estivesse me
deixando cansado e a sensação de maior força decorresse do descanso desfrutado
por alguns dias.
Erguendo-me em uma polibarra, cheguei a conseguir fazê-lo em apenas um braço.
Concluí que melhor era fazer exercícios pesados com intervalos maiores do que
comumente se faz nas academias.
Posteriormente, após quase abandonar os exercícios de musculação, ocupado com
outros afazeres, certo dia li em uma revista uma matéria que me esclareceu o
segredo da maior força após um maior repouso, confirmando a minha conclusão:
Quando executamos um grande esforço, nossas fibras musculares sofrem pequenas
rupturas, que o organismo se encarrega de reparar. Após aproximadamente dois
dias, as microrrupturas são preenchidas com proteínas, deixando o músculo mais
forte e, conseqüentemente com maior volume, como prevenção contra uma agressão
maior. Por isso, não é conveniente que tais exercícios sejam feitos todos os
dias. Os ossos também ficam mais resistentes. Até uma fratura tende a criar uma
maior resistência óssea após a reconstituição. Um quebramento posterior tende a
ocorrer em outra parte do osso.
Algumas pessoas são geneticamente mais propensas a aumentar os músculos que
outras, precisando de pouco exercício. Mas qualquer um obtém resultado positivo
com o esforço. Todavia, devemos ter cuidado com o exagero, que mais prejudica do
que beneficia, como mostrado no capítulo anterior."