PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O
CORONAVÍRUS
Coronavírus: veja perguntas e respostas
Como se prevenir? É verdade que é possível matar o vírus? Posso me contaminar ao
apertar a mão de um infectado? Infectologistas respondem as principais dúvidas
sobre coronavírus.
Por G1
27/02/2020 16h39
Veja a íntegra com as dúvidas sobre o novo coronavírus
O que é o coronavírus?
Como é a transmissão?
Quais são os sintomas do coronavírus?
Como prevenir o coronavírus?
É possível se contaminar por meio de aperto de mãos?
Como lavar as mãos corretamente?
Como é feito o tratamento?
Que produtos de limpeza matam o coronavírus?
É possível ser infectado mais de um vez?
Há vacina?
Vitamina D protege contra coronavírus?
Qual é a taxa de letalidade do coronavírus?
Estou com suspeita. Como devo proceder?
O coronavírus tem cura?
Crianças ou adultos/idosos: quem corre mais risco ao ser infectado por
coronavírus?
Encomendas vindas da China podem chegar contaminadas?
Animais de estimação podem transmitir o novo coronavírus?
O clima no Brasil pode ajudar a combater o novo coronavírus?
Qual é o tempo de incubação do novo coronavírus?
Quanto tempo o novo coronavírus vive em uma superfície ou no ar?
Como surgiu o coronavírus?
Qual é orientação para quem tem viagens para países com registro de coronavírus?
Grávidas correm mais riscos?
Gestantes podem transmitir o coronavírus para o feto? E durante o parto?
Mulheres com suspeita de coronavírus podem amamentar?
Que cuidados deve tomar quem usa transporte público, como ônibus, trens e metrô?
O novo coronavírus já apresenta mutações genéticas?
Posso fazer um exame para saber se tenho o novo coronavírus?
Qual o melhor tipo de álcool para higienizar as mãos?
Quem precisa ser internado em isolamento no hospital?
Quem precisa ficar em isolamento domiciliar?
Coronavírus pode ser transmitido por pacientes assintomáticos?
O que as empresas podem fazer para ajudar a prevenir a Covid-19?
O que é transmissão local, comunitária ou sustentada do coronavírus?
Que medidas as escolas podem adotar para proteger as crianças?
Como se prevenir contra o coronavírus na academia?
O que torna o sabão eficiente contra o coronavírus?
O que é pandemia?
Qual a diferença entre pandemia, epidemia e infecção endêmica?
Qual o jeito certo de tossir e de espirrar?
Quanto tempo deve durar a quarentena?
O ibuprofeno é recomendado para tratar a Covid-19?
É transmitido por relações sexuais?
Quantos testes estão disponíveis no Brasil?
A Covid-19 deixa sequelas nas pessoas que se recuperaram da doença?
Por que o número de mortos na Itália é tão alto?
É possível ser infectado na água das piscinas ou do mar?
É transmitido via alimentos?
O vírus permanece na roupa?
Existe algum remédio caseiro para combater o coronavírus?
Como separar o lixo de uma pessoa infectada ou com suspeita?
1. O que é o coronavírus?
Coronavírus é o nome de uma grande família de vírus que tem uma estrutura em
formato de coroa, conhecida desde 1960. Eles causam infecções respiratórias e já
provocaram outras doenças, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a
Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).
A doença causada pelo novo coronavírus recebeu o nome de Covid-19. Ela foi
descoberta no final de dezembro de 2019, na China. A primeira morte foi
registrada em 9 de janeiro.
2. Como é a transmissão?
Por meio de três formas:
Por vias respiratórias, pelo ar e por gotículas provenientes de espirros e da
fala de indivíduos infectados;
Por contato físico, quando essas gotículas com o vírus alcançam mucosas do olho,
nariz e boca por meio de beijos e abraços;
Por meio do contato de superfícies contaminadas, quando essas gotículas com o
vírus ficam depositadas em locais como um corrimão ou uma maçaneta, e depois
entram em contato com mucosas do olho, nariz e boca.
3. Quais são os sintomas da doença causada por coronavírus?
Coronavírus: quais os sintomas e quando devo procurar um médico?
Coronavírus: quais os sintomas e quando devo procurar um médico?
Tosse seca, febre e cansaço são os principais sintomas, mas alguns pacientes
podem sentir dores no corpo, congestionamento nasal, inflamação na garganta ou
diarreia.
Nos casos mais graves, que geralmente ocorrem em pessoas que já apresentam
outras doenças associadas, há síndrome respiratória aguda e insuficiência renal.
4. Como prevenir o coronavírus?
Conheça os sintomas e as formas de se prevenir contra o novo coronavírus
Conheça os sintomas e as formas de se prevenir contra o novo coronavírus
Higienizar as mãos e superfícies, como móveis e corrimão, são as principais
formas de se prevenir contra o novo coronavírus. Mesmo com as mãos limpas,
evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca. Além disso, é preciso limpar
regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado.
O uso de máscaras é recomendado somente para os casos abaixo:
Para quem está saudável, usar a máscara apenas se estiver cuidando de alguém que
tenha suspeita de coronavírus
A máscara também deve ser usada por quem está tossindo ou com o nariz escorrendo
Coronavírus: como e quando usar a máscara?
Coronavírus: como e quando usar a máscara?
Nos casos em que se fizer necessária (citados acima), o uso da máscara deve ser
combinado com a frequente higiene das mãos, com água e sabão ou utilizando
álcool. Além disso, é preciso saber como utilizá-la da forma correta.
O Ministério da Saúde alerta também para que não seja feito o compartilhamento
de itens pessoais, como talheres e toalhas. Também é recomendável manter a uma
distância mínima de um metro de pessoas que estejam espirrando ou tossindo.
5. Por que lavar as mãos previne contra o coronavírus? É possível se contaminar
com aperto de mãos ou abraços?
Para infectar uma pessoa, o vírus precisa sair de um doente e entrar no
organismo de outra pessoa. Ao tossir, falar ou espirrar, por exemplo, o vírus se
espalha por meio das gotículas – não há indício de transmissão pelo ar sem ter
relação com estas gotículas.
Estudos avaliados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o vírus
pode persistir nas superfícies por algumas horas ou, até mesmo, vários dias.
Isto pode variar e depende das condições do local, do clima e da umidade do
ambiente.
Usando as gotículas como "transporte", os vírus podem ficar em superfícies como
maçanetas, apoios de transporte público, botões de elevadores, teclas de
computador, celulares, entre outros.
Por isso, lavar as mãos retira o vírus da superfície do corpo e evita que, ao se
coçar, por exemplo, ele entre em mucosas – como olhos, boca e nariz –, o que
causa a infecção. (veja no vídeo no item abaixo a forma correta de lavar as
mãos)
A proximidade do doente com a pessoa saudável pode permitir que essa "viagem" do
vírus fique mais curta. Por isso, segundo os infectologistas, é hora de rever
alguns hábitos sociais, como cumprimentar com beijos no rosto ou com um aperto
de mãos.
"O costume latino-americano de abraçar, beijar, manter contato mais próximo pode
vir a ser um risco maior para essas culturas", disse Wladimir Queiroz,
infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. "É recomendável evitar
esse tipo de contato físico."
6. Como lavar as mãos corretamente?
Coronavírus: como lavar as mãos da forma ideal?
Coronavírus: como lavar as mãos da forma ideal?
As mãos devem ser lavadas com água e sabão, ou higienizadas com álcool. A
recomendação é que a higiene seja completa, inclua a parte inferior da ponta das
unhas e alcance também a região do pulso.
7. Como é feito o tratamento?
Não existe tratamento específico contra a Covid-19. Os pacientes infectados
recebem uma medicação para aliviar os sintomas. Ibuprofeno, corticoides e
aspirina não devem ser usados por quem estiver infectado pelo novo coronavírus
(Leia mais no item "42. O ibuprofeno é recomendado para tratar a Covid-19?").
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento indicado é repouso e consumo de
bastante água. Antibióticos não devem ser usados, segundo a OMS, por serem
capazes de combater somente infecções bacterianas, não as virais como no caso do
coronavírus. As medidas adotadas para aliviar os sintomas são:
Medicamentos para dor e febre (antitérmicos e analgésicos).
Umidificador no quarto ou banho quente para aliviar a dor de garanta e tosse.
8. Que produtos de limpeza matam o coronavírus?
O novo coronavírus pode ser morto por produtos de limpeza desinfetantes de fácil
acesso, como álcool 70%, água sanitária e até com a combinação de água e sabão.
"O vírus possui uma cápsula de gordura protetora, e a limpeza com estes produtos
retira essa cápsula e mata o vírus", afirma Wladimir Queiroz, infectologista do
Instituto de Infectologia Emílio Ribas, especialista em doenças infecciosas e
parasitárias e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
A boa notícia é que o coronavírus "não é um vírus muito complicado de matar,
pois ele não é resistente no ambiente", afirma Rosana Richtmann, infectologista
do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
Como é o diagnóstico de coronavírus pelo Ministério da Saúde. — Foto: Arte/G1
Como é o diagnóstico de coronavírus pelo Ministério da Saúde. — Foto: Arte/G1
Como é o diagnóstico de coronavírus pelo Ministério da Saúde. — Foto: Arte/G1
9. É possível ser infectado mais de uma vez por coronavírus?
Os cientistas ainda não têm essa resposta de forma concreta. Há notícia de pelo
menos um caso de uma mulher no Japão que testou positivo para o novo coronavírus
pela segunda vez quase um mês após ter recebido alta do hospital.
Também houve outro caso na Itália, onde o primeiro paciente de coronavírus da
cidade de Turim voltou a ter diagnóstico positivo para Covid-19 depois de ter
sido liberado de um hospital com um resultado negativo para o vírus. Infecções
reincidentes também foram relatadas na China, onde a doença se originou no fim
de 2019.
10. Há vacina contra o coronavírus?
Ainda não, mas vários países, como Rússia, China e Estados Unidos, já pesquisam
uma vacina contra coronavírus. Em 16 de março, cientistas norte-americanos
realizaram o primeiro teste da vacina em humanos. Autoridades de saúde dos
Estados Unidos informaram que voluntários de Seattle, um dos estados mais
afetados pela Covid-19 no país, começaram a ser imunizados.
Em 17 de março, o jornal oficial do Partido Comunista da China informou que foi
dado aval aval para que pesquisadores chineses iniciem testes de segurança em
humanos de uma vacina experimental. A expectativa era que os ensaios clínicos em
estágio inicial dessa potencial vacina começassem até o dia 21 do mesmo mês.
Mesmo sem haver vacina específica contra o coronavírus, especialistas
recomendam, no entanto, que mesmo as vacinas contra outros doenças sejam tomadas
como forma de evitar que o corpo fique vulnerável a mais de enfermidades, o que
poderia agravar o quadro numa eventual infecção de coronavírus.
O diretor-adjunto da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da OMS na
América Latina, Jarbas Barbosa informou em 5 de março que uma nova vacina
poderia ficar pronta dentro de 12 a 18 meses – em uma expectativa otimista.
Enquanto isso, um medicamento para atenuar os sintomas deve ser desenvolvido em
menos tempo.
11. Vitamina D protege contra coronavírus?
Segundo o Ministério da Saúde, não. Até o momento, não há nenhum medicamento
específico para prevenir a infecção pelo novo coronavírus.
12. Qual a taxa de letalidade do coronavírus?
Até 12 de março, o novo coronavírus apresentava uma taxa média de letalidade de
3,6% até esta quinta-feira (12). Na China, o índice era de 3,9%, e, fora dela,
3,2%. A variação entre países pode ir de 0% a 6,6%, de acordo com dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS).
A taxa de letalidade entre idosos acima de 80 anos pode passar de 15%, e entre
os jovens é menor que 0,5%.
O vírus, até 12 de março, matava mais que o da gripe (Influenza), mas menos do
que o de outros integrantes da família coronavírus (Sars e Mers). Os
especialistas entrevistados pelo G1 dizem que ainda é cedo para cravar um número
sobre a letalidade da doença Covid-19.
13. Estou com suspeita de infecção por coronavírus. Como devo proceder?
A recomendação do Ministério da Saúde é para que pessoas com sintomas gripais
permaneçam em casa e em isolamento social por sete dias. Se os sintomas se
agravarem nesse período, e a pessoa apresentar tosse seca e falta de ar, a
recomendação é para procurar um posto de saúde ou consultório médico para
avaliação clínica.
O ministério ressalta que as pessoas podem ou apresentar ou não febre. O
hospital deve ser a última alternativa, quando o caso estiver mais grave.
A pessoa que não passar pelo teste para confirmar se contraiu ou não o novo
coronavírus mas apresentar os sintomas deve permanecer em casa e em isolamento
social por sete dias e não sair em hipótese alguma.
Se os sintomas não melhorarem em sete dias, o isolamento deve ser prorrogado por
mais sete dias. O uso da máscara em pessoas com Covid-19 não impede a
transmissão do vírus, ressalta o ministério.
O isolamento social e domiciliar visam minimizar a transmissão da coronavírus.
14. O coronavírus tem cura?
Segundo a OMS, ainda não há cura e não há um tratamento medicamentoso definido.
Mas, segundo o infectologista Queiroz, existe a chamada "cura espontânea", que
ocorre quando o corpo reage à infecção.
15. Crianças ou adultos/idosos: quem corre mais risco ao ser infectado por
coronavírus?
Ainda em janeiro, quando os casos de transmissão se concentravam na China, onde
havia 25 mortes, o Comitê Nacional de Saúde chinês divulgou que homens com mais
de 50 anos e com algum problema de saúde eram mais da metade das vítimas de
coronavírus. O levantamento apontava que a idade média das vítimas é de 75 anos.
A Organização Mundial de Saúde não divulgou balanço com a idade dos infectados e
mortos.
Segundo o médico infectologista Caio Rosenthal, uma série de fatores colabora
para que idosos sejam mais afetados que a população em geral. Veja, abaixo,
alguns deles:
O sistema imunológico dos idosos costuma ser deficiente por causa da idade
Mesmo as vacinas tomadas na juventude já não são tão eficazes, portanto há menos
anticorpos no organismo
Os pulmões e mucosas tornam-se mais frágeis e vulneráveis a doenças virais
O idoso costuma engasgar e aspirar mais, inclusive levando mais a mão à boca,
aumentando o risco de contágio
Ele também vai a hospitais com mais frequência, ficando mais exposto a
micro-organismos
Em 16 de março, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros
Adhanom Ghebreyesus, informou que há registro de morte de crianças por causa do
Covid-19. Até então, a entidade não havia informado sobre vítimas nesta faixa
etária. Não foram dados detalhes sobre crianças afetadas.
Coronavírus: como proteger os idosos, para quem doença é mais letal
16. Coronavírus pode contaminar encomendas de áreas afetadas?
A probabilidade de uma pessoa contaminar as mercadorias comerciais é pequena,
segundo a OMS. E, mesmo se o item for infectado, ele não conseguirá resistir a
movimentações e diferentes condições de temperatura enfrentadas durante a
viagem.
17. Animais de estimação podem transmitir o novo coronavírus?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está monitorando pesquisas sobre a relação
entre animais de estimação e a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Há registro de um cachorro com um nível fraco de infecção em Hong Kong. No
entanto, até 15 de março a organização informava não haver evidência
significativa de que pets possam ficar doentes ou transmitir o vírus.
Veja perguntas e respostas sobre cuidados com animais de estimação
Mesmo assim, a recomendação das autoridades de saúde é que pessoas infectadas
limitem o contato com seus cães e gatos. Além disso, cuidados básicos de higiene
devem ser seguidos pelos humanos ao manusear animais.
A única suspeita é que a carne de animais infectados pode contaminar humanos.
Não há, porém, informações sobre a forma como os bichos se contaminam com o
vírus.
18. O clima no Brasil pode ajudar a combater o novo coronavírus?
De acordo com especialistas ouvidos pelo G1, o clima e a temperatura podem não
ter um papel tão fundamental assim na disseminação de uma doença.
"Vírus não respeita temperatura. O H1N1 atingiu os Estados Unidos em pleno
verão. A Influenza é um vírus de inverno e tem todo ano no Caribe [região
tropical]. No ano passado, teve surto de H1N1 no Amazonas", disse a
infectologista Nancy Bellei, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Para Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas,
a propagação tem menos relação com o clima do que com a movimentação de pessoas.
"No Sudeste, que tem um trânsito muito maior de voos internacionais e uma
densidade populacional muito maior, o risco eu acho maior, mas por causa dessas
condições, não por causa das condições climáticas", disse.
19. Qual é o tempo de incubação do novo coronavírus?
O "período de incubação" significa o tempo entre a captura do vírus pelo ser
humano e o início dos sintomas da doença.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a maioria das estimativas do
período de incubação do Covid-19 varia de 1 a 14 dias, geralmente em torno de 5
dias.
20. Quanto tempo o novo coronavírus sobrevive em uma superfície ou no ar?
Um estudo publicado na revista científica "New England Journal of Medicine" em
17 de março afirma que o coronavírus consegue sobreviver até 3 dias em algumas
superfícies, como plástico ou aço. Já em papelão, o vírus pode ficar por até 24
horas, enquanto na superfície de cobre dura 4 horas e em poeiras, 1,1 hora.
21. Qual é a origem do novo coronavírus?
Os estudos ainda não determinaram a origem. Sabe-se que o vírus responsável pelo
Covid-19 é uma variação da família coronavírus. Outras variações mais antigas de
coronavírus, como SARS-CoV e MERS-CoV, já eram conhecidas pelos cientistas.
O surto inicial da doença atingiu pessoas que tiveram alguma associação a um
mercado de frutos do mar em Wuhan. Uma das hipóteses é que a origem tenha
relação com o consumo de carne de pangolim, um mamífero em extinção.
22. Qual é orientação para quem tem viagens marcadas para o exterior?
Como a atual recomendação do governo de diversos estados brasileiros e em outros
países é para que a população evite sair de casa ou fique em completa
quarentena, as viagens também não são recomendáveis.
Diversos países, como Estados Unidos, Canadá, União Europeia e vizinhos da
América do Sul, como Argentina, Peru, Colômbia e Chile, já fecharam as
fronteiras para pessoas de outras nacionalidades ou para cidadão de determinados
países ou regiões.
Há ainda países que já iniciaram a quarentena, o que significa dizer que as
pessoas no território devem permanecer em casa e que pode haver dificuldades
para turistas, e aqueles que exigem dias de isolamento para quem chega do
exterior.
O infectologista Cláudio Roberto Gonsalez lembra: “A crise do coronavírus
alcançou grandes proporções e está numa situação incontrolável. O ideal para
todos aqueles que têm compromissos no exterior é postergar”.
23. Grávidas correm mais riscos?
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), agência
do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, explica que as
mulheres grávidas passam por alterações imunológicas e fisiológicas que podem
torná-las mais suscetíveis a infecções respiratórias virais, com a do Covid-19.
O Instituto afirma que as mulheres grávidas têm mais risco de doença grave,
morbidade ou mortalidade em comparação ao restante da população, "como observado
em casos de outras infecções relacionadas ao coronavírus - incluindo coronavírus
da síndrome respiratória aguda grave (Sars-CoV) e coronavírus da síndrome
respiratória do Oriente Médio (Mers- CoV) - e outras infecções respiratórias
virais, como influenza, durante a gravidez".
24. Gestantes podem transmitir o coronavírus para o feto? E durante o parto?
Estudos publicados em 13 e 16 de março relatam casos de mães grávidas que
pegaram o novo coronavírus em Wuhan, na China, e não passaram a doença para os
bebês.
De acordo com um dos artigos, da revista "Frontiers in Pediatrics", nenhum dos
bebês filhos de mães que foram infectadas com o vírus desenvolveu os sintomas da
Covid-19. Eles tinham sido isolados em unidades de terapia intensiva e
alimentados com fórmula.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência do Departamento de
Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, afirma que não há informações
suficientes sobre a possibilidade desta transmissão, e que não há caso de bebês
infectados com o novo coronavírus.
O CDC afirma que o vírus não foi detectado em nenhuma amostra de líquido
amniótico nem de leite materno, o que pode ser uma boa notícia sobre a questão
da transmissão do vírus entre mãe e recém-nascido.
25. Mulheres com suspeita de coronavírus podem amamentar?
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência do Departamento de
Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, afirma que não há informações
suficientes sobre a possibilidade desta transmissão. Nos casos analisados, o
vírus não foi detectado no leite materno.
26. Que cuidados deve tomar quem usa transporte público, como ônibus, trens e
metrô?
Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto Emílio Ribas, afirma que é
importante manter os ambientes arejados. Ele indica que ao se apoiar nas barras
de apoio, as pessoas devem tomar cuidado e fazer a higienização das mãos, pois
ali pode conter gotículas de tosse ou espirro. Gorinchteyn indica que as pessoas
evitem tocar olhos, boca e nariz e, também, usar o transporte em horário de
pico.
Em algumas cidades, como nas do ABC Paulista e no Rio de Janeiro, as prefeituras
determinaram a redução da frota devido às recomendações para evitar
deslocamentos. Em São Paulo, a prefeitura fez acordo com as empresas para que os
coletivos sejam limpos ao fim de cada viagem e pediu a idosos que parem de usar
o transporte público.
27. O novo coronavírus já apresenta mutações genéticas?
Sim. O código genético dos vírus passa por mutações, e é uma característica
normal. Os cientistas usam as mudanças nos genes para rastrear quando elas
ocorreram e, assim, investigar o caminho das infecções. Esse processo é
importante na fabricação de vacinas e no desenvolvimento de medicamentos.
No caso dos dois primeiros pacientes brasileiros com casos confirmados da
doença, os pesquisadores encontraram diferenças nas sequências genéticas dos
vírus detectados. O primeiro deles tinha um vírus mais parecido com o encontrado
na Alemanha; o segundo, com código mais similar ao encontrado na Inglaterra.
28. Posso fazer um exame para saber se tenho o novo coronavírus?
Alguns hospitais e clínicas particulares oferecem testes que podem ser
realizados por cerca de R$ 140. De acordo com os especialistas ouvidos pelo G1,
é preciso apresentar os sintomas e passar por uma avaliação médica – uma medida
para não sobrecarregar o atendimento. O resultado sai em 48 horas.
No caso do sistema público de saúde, um paciente que irá até uma unidade básica
ou hospital também deverá apresentar os sintomas e ter tido um possível contato
com o vírus – seja viajando para países com casos confirmados ou chegando perto
de pessoas que tiveram a doença.
No entanto, o Ministério da Saúde recomendou que os testes só podem ser
realizados em casos mais graves, contrariando a recomendação da OMS para a
realização de testes em massa.
A medida busca economizar testes para que sejam garantidos para as pessoas com
complicações. O governo disse ter comprado kits da Fiocruz para 30 mil testes
nos laboratórios públicos do Brasil. A produção atual do Instituto
Bio-Manguinhos é de 3,5 mil a 4 mil testes.
Para que o exame seja feito, é preciso o encaminhamento de um médico para
garantir que pacientes do sistema público de saúde com risco real da doença
consigam ser atendidos. Uma coleta de materiais respiratórios é feita para gerar
duas amostras. Elas são encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública
(Lacen).
Depois de as amostras terem sido testadas para outras doenças que já circulam no
Brasil, elas podem ser submetidas ao exame específico para detectar o RNA viral
(código genético) do novo coronavírus.
O Ministério da Saúde anunciou em 18 de março que todos os laboratórios públicos
do país, nos 26 estados e do Distrito Federal, podem realizar exame para o covid-19.
No mesmo dia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou oito
novos testes de coronavírus. Os produtos são para uso profissional durante a
triagem e o diagnóstico da doença.
Especialistas mostram como lavar as mãos corretamente e como usar álcool em gel
Especialistas mostram como lavar as mãos corretamente e como usar álcool em gel
29. Coronavírus: qual o tipo de álcool recomendado para higienizar as mãos?
Manter as mãos limpas é uma das principais estratégias de prevenção contra o
coronavírus. Além da limpeza com água e sabão, outra opção é o uso do álcool
gel. A recomendação dos médicos é para que ele seja usado somente na
concentração de 70%, ideal para alcançar ação contra bactérias, fungos e vírus.
É importante lembrar que a produção caseira de álcool gel pode trazer riscos. "O
álcool gel a 70% vendido em farmácia segue regras específicas de formulação,
reguladas pela Anvisa. As receitas caseiras podem não ter a concentração ideal
de álcool e não atingir o objetivo", afirma Leonardo Weissmann, infectologista.
30. Quem precisa ser internado em isolamento no hospital?
Segundo Leonardo Weissmann, médico infectologista e consultor da Sociedade
Brasileira de Infectologia, a decisão é baseada em avaliação médica.
"Internação hospitalar está indicada em casos com quadro respiratório grave,
pacientes com doenças cardíacas, doenças pulmonares, diabetes, pessoas com
baixa imunidade, neoplasias e grupos de maior risco (crianças menores de 2 anos
de idade, gestantes, adultos com 60 anos ou mais), com possibilidade de
potencial agravamento", Leonardo Weissmann.
A recomendação do Ministério da Saúde é de que esses casos sejam encaminhados a
um hospital de referência para isolamento e tratamento.
31. Quem precisa ficar em isolamento domiciliar?
Segundo o Ministério da Saúde, os casos suspeitos leves podem não necessitar de
hospitalização e devem ser acompanhados pela atenção primária com medidas de
precaução domiciliar.
Leonardo Weissmann, médico infectologista, afirma que nos casos leves é
possível a adoção de medidas restritivas individuais de isolamento e
quarentena domiciliar, com restrição de contatos com pessoas e ambientes
externos.
O Hospital Albert Einstein diz que o isolamento domiciliar é indicado para casos
suspeitos ou confirmados que não forem classificados como graves; para pacientes
com sintomas que estiveram na China, Coreia do Sul, Irã ou Itália; e para
pacientes sem sintomas, mas que tiveram ou mantém contato com alguém que tenha o
diagnostico confirmado.
32. Coronavírus pode ser transmitido por pacientes assintomáticos?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a transmissão de uma pessoa
assintomática é rara. O modo de contágio mais comum é por meio de pacientes que
apresentam os sintomas de Covid-19.
Segundo o Ministério da Saúde, casos assintomáticos e durante o período de
incubação não são contagiosos. No entanto, o próprio ministério informa que há
dados que sugerem que a transmissão pode ocorrer mesmo sem o aparecimento de
sinais e sintomas.
O ministério destaca, ainda, que é possível haver transmissão por quem
apresentou sintomas mesmo após eles já terem acabado. O período de
transmissibilidade, nesse último caso, ainda é desconhecido.
33. O que as empresas podem fazer para ajudar a prevenir o Covid-19?
De acordo com Leonardo Weissmann, médico infectologista, a orientação aos
funcionários quanto às formas de transmissão e precaução contra o coronavírus é
um dos primeiros passos que as empresas devem dar para colaborar com a
diminuição da transmissão da Covid-19.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), agência
do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, criou um grande
manual para orientar as empresas no combate ao vírus.
No guia, o CDC indica que a primeira conduta deve ser orientar que empregados
com sintomas fiquem em casa e só retornem ao trabalho 24 horas depois do fim da
febre, tosse ou de qualquer outra alteração no organismo.
Segundo recomendações do Ministério da Saúde, as empresas devem liberar os
funcionários para trabalhar de casa (home office) para diminuir o risco de
transmissão comunitária. Outra medida é adotar horários alternativos, evitando
assim períodos de pico.
O governo federal determinou que servidores públicos com 60 anos ou mais,
imunodeficientes ou pessoas com doenças crônicas ou graves e grávidas sejam
liberados para trabalhar de casa. O estado de São paulo replicou a resolução
federal.
34. O que é transmissão local, comunitária ou sustentada do coronavírus?
Dezenas de países já registraram casos de coronavírus, em cinco continentes,
exceto na Antártica. Entretanto, ter casos de coronavírus não quer dizer que
toda a população será infectada, ou que todos os infectados terão casos graves
da doença.
Para entender a agressividade do vírus em cada nação, é preciso olhar o status
de transmissão do Sars-CoV-2, o novo coronavírus que causa a Covid-19, que varia
de país para país.
Transmissão local: São casos de pessoas que se infectaram com Covid-19, não
estiveram em nenhum país com registro da doença, mas tiveram contato com outro
paciente infectado, que trouxe o vírus de fora do país. Há casos assim no
Brasil.
Transmissão sustentada ou comunitária: São casos de transmissão do vírus entre a
população – um paciente infectado que não esteve nos países com registro da
doença transmite a doença para outra pessoa, que também não viajou.
35. Que medidas as escolas adotaram para proteger as crianças?
Inicialmente, a recomendação era para que crianças com sinais de gripe não
fossem levadas à escola. No decorrer do avanço do vírus no Brasil, governos
estaduais e prefeituras passaram a suspender aulas ou adiantar o período de
férias.
Segundo informações do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) de
17 de março, as aulas já haviam sido suspensas por tempo indeterminado em todos
os estados e do Distrito Federal.
36. Como se prevenir contra o coronavírus na academia?
Desde 13 de março que o Ministério da Saúde orientava que a prática de
atividades físicas só fosse feita ao ar livre, em vez de em locais fechados. Em
19 de março, algumas unidades da federação já determinavam o fechamento das
academias. A medida valia para Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Bahia
e Distrito Federal, pelo prazo inicial de 15 dias.
37.O que torna o sabão eficiente contra o coronavírus
Flavio Fonseca, virologista e integrante do centro de pesquisa em vacinas da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) explicou ao G1 que o sabão tem duas
formas de ação que fragilizam e matam os vírus.
Fonseca explica que o vírus, quando está na mão de uma pessoa, fica protegido
por outros produtos biológicos, como resto de células. Esses produtos biológicos
tornam possível que o vírus viva mais tempo fora do corpo.
"Um vírus sozinho, em água, por exemplo, sobrevive muito pouco tempo. Então o
sabão age destruindo esses materiais biológicos e expondo o vírus. Quando ele
faz isso, o vírus perde essa proteção de material biológico que fica
naturalmente nessas gotículas de saliva e ele fica exposto aos raios
ultravioleta do sol, por exemplo, e pode ser destruído rapidamente" - Flavio
Fonseca, virologista da UFMG
Fonseca diz que o sabão tem uma segunda forma de agir sobre o vírus. "O sabão é
emulsificante, ele desmancha a gordura". O virologista explica que a parte mais
externa do coronavírus é uma camada de gordura e o sabão desmancha essa camada e
mata o vírus.
"Nessa camada de gordura, que a gente chama de envelope viral, estão inseridas
as proteínas que são responsáveis pela ligação do vírus às células. Sem essa
camada de gordura, essas proteínas são perdidas e o vírus não consegue entrar
nas células" - Flavio Fonseca, virologista e integrante do centro de pesquisa em
Vacinas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
38. O que é pandemia?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia para o Covid-19, infecção
causada pelo novo coronavírus, na quarta-feira, 11 de março. Segundo a OMS, uma
pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. É um termo usado com mais
frequência em referência à gripe e, geralmente, indica que uma epidemia se
espalhou para dois ou mais continentes com transmissão sustentada de pessoa para
pessoa.
A questão da gravidade da doença não entra na definição estrita da OMS de uma
pandemia -- apenas a disseminação --, embora a organização possa levar em
consideração o ônus geral da doença para a população antes de declarar uma
pandemia.
39. Qual a diferença entre pandemia, epidemia e infecção endêmica?
Pandemia: é a disseminação mundial de uma nova doença. É um termo usado com mais
frequência em referência à gripe e geralmente indica que uma epidemia se
espalhou para dois ou mais continentes com transmissão sustentada de pessoa para
pessoa.
Epidemia: é "um aumento nos casos, seguido por um pico e depois uma diminuição".
É o que acontece nos países onde as epidemias de gripe são registradas todos os
anos: no outono e no inverno os casos aumentam, o máximo de infecções é atingido
e depois diminui.
Infecção endêmica: quando a doença está presente em uma área permanentemente, o
tempo todo, durante anos e anos.
40. Qual o jeito certo de tossir e espirrar?
Forma correta de tossir, levando a boca ao antebraço — Foto: Marcelo Brandt/G1
Forma correta de tossir, levando a boca ao antebraço — Foto: Marcelo Brandt/G1
Forma correta de tossir, levando a boca ao antebraço — Foto: Marcelo Brandt/G1
Segundo a chamada “etiqueta respiratória”, o ideal é que, ao tossir ou espirrar,
o indivíduo use um lenço de papel para cobrir o nariz e a boca. “Vai funcionar
como uma máscara, que evita a dissipação do vírus para o meio ambiente”, explica
Celso Granato, professor de infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Como o novo coronavírus é transmitido principalmente pelas gotículas da pessoa
infectada, a atenção deve ser redobrada.
Caso a pessoa não tenha um lenço, deve tossir ou espirrar no antebraço, e não na
mão. “Nós usamos as mãos para cumprimentar colegas. E também encostamos em
superfícies de uso comum, como barras de apoio em transporte público, que
ficariam contaminadas”, diz Granato.
41. Quanto tempo deve durar a quarentena?
O Ministério da Saúde publicou uma portaria em 12 e março que define como será
feita quarentena. A medida, que precisa ser determinada por ato administrativo
formal de uma autoridade pública, pode ser adotada por até 40 dias e pode se
estender pelo tempo necessário para reduzir a transmissão comunitária e garantir
a manutenção dos serviços de saúde.
Segundo a portaria, a quarentena é a "restrição de atividades ou separação de
pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não estejam doentes, ou de
bagagens, contêineres, animais, meios de transporte ou mercadorias suspeitos de
contaminação, de maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação do
coronavírus".
Ao contrário do isolamento, que é a separação de pessoas doentes ou contaminadas
— ou de bagagens, meios de transporte, mercadorias ou encomendas postais
afetadas — e pode durar até 14 dias, a quarentena é uma restrição à circulação
em um lugar, como um bairro, um hospital ou um hotel.
42. O ibuprofeno é recomendado para tratar a Covid-19?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) chegou a recomendar, em 17 de março, que as
pessoas não usem ibuprofeno, substância encontrada em anti-inflamatórios, para
tratar possíveis sintomas de Covid-19. Segundo a organização, o paracetamol é
recomendado em casos suspeitos.
No entanto, em 19 de março, a organização voltou atrás e retirou a restrição de
uso desse tipo de medicamento. Apesar da mudança na orientação da OMS, o
Ministério da Saúde segue recomendando que outros medicamentos sejam usados
contra a doença. Em uma publicação em uma rede social após a OMS voltar atrás, a
pasta afirmou que, "por precaução", recomenda "a substituição do #ibuprofeno por
outros analgésicos.
Especialistas ouvidos pelo G1 orientam que, por precaução, além do ibuprofeno,
corticoides e aspirina também não devem ser usados por quem estiver infectado
pelo novo coronavírus.
43. É transmitido por relações sexuais?
Para especialistas, duas pessoas que não apresentam os sintomas podem realizar
relações sexuais normalmente, segundo o infectologista Renato Grinbaum. “Se um
dos dois apresenta sintomas respiratórios, o contato próximo com secreções, não
necessariamente sexual pode transmitir. E podemos afirmar categoricamente que
não existe transmissão sexual do vírus. O beijo é um problema quando um dos
membros do casal está infectado.
44. Quantos testes para o estão disponíveis no Brasil?
No dia 17 de março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou
8 novos testes para o diagnóstico para o coronavírus. Seis empresas, com testes
rápidos, estimam vender, inicialmente, 640 mil kits no Brasil.
Das seis empresas que foram autorizadas pela Anvisa para a produção dos novos
testes, cinco informaram que irão iniciar a distribuição no mês de abril.
Algumas empresas afirmaram que os testes serão distribuídas para a rede pública
e privada.
No dia 19 de março, o Ministério da Saúde distribuiu 17,9 mil testes para a
realização de exames de coronavírus nos 27 Laboratórios Centrais de Saúde
Pública (Lacens). Ao todo o Ministério adquiriu 150 mil testes fornecidos pela
Bio-Manguinhos/ Fiocruz.
Segundo informações do Ministério da Saúde, os Laboratórios Centrais de Saúde
Pública (Lacens) estão habilitados para realizar somente um teste, no qual é
possível identificar a infecção do vírus, sem a necessidade de fazer uma
contraprova.
45. A Covid-19 deixa sequelas nas pessoas que se recuperaram da doença?
Segundo Marcelo Otsuka, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), por
enquanto nenhum estudo apresentou a possibilidade de uma pessoa que foi
infectada pelo novo coronavírus apresentar sequelas. "Existe alguns trabalhos
sobre reativação do vírus após duas semanas. Mas com quadro mais leve".
46. Por que o número de mortos na Itália é tão alto?
No dia 20 de março, a Itália registrou mais 627 mortes pelo novo coronavírus — a
maior alta diária desde o início da pandemia. Com isso, o número de vítimas de
Covid-19 no país chegou a 4.032.
Com população envelhecida o coronavírus, que afeta mais seriamente os idosos ou
pessoas com outras patologias, mata os mais doentes da Itália, o país com mais
idosos no mundo depois do Japão.
Para especialista, o recorde mundial de mortes pelo novo coronavírus da Itália
está ligado a vários fatores: idade média da população, organização de saúde e
método de contagem dos contaminados e falecidos.
47. É possível ser infectado na água do mar ou das piscinas?
O infectologista Marcos Lago, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, diz
que não é possível ser infectado diretamente pela água do mar ou das piscinas.
"Ele [o novo coronavírus] pode ser veiculado através da água, mas indiretamente.
Se beber do mesmo copo d'água, por exemplo. Na água de piscina ou no mar, o
vírus morre rapidamente. Em poucos segundos, até. No entanto, é complicado
porque piscina não é só água. Tem bordas, escada [de alumínio, geralmente]. E no
alumínio, o vírus pode permanecer ali por até dois dias. O problema da praia não
é o mar, mas tem a barraca, a cadeira de sol... Além da aglomeração. São
ambientes de socialização. É por isso que os clubes fecharam. Mesmo que seja
seja só natação, mesmo assim tem a escada, apoio da toalha, trocar de roupa no
vestiário, as divisões de raias", explica Marcos Lago.
48. É transmitido via alimentos?
Até o momento, não existe nenhum estudo que comprove a transmissão da Covid-19
por meio de alimentos. O eventual risco de contaminação pelo novo coronavírus
não está nos alimentos em si, mas na forma como eles foram manipulados e com
suas embalagens
Para o Alberto Chebabo, infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) a transmissão direta via alimentos não é uma preocupação.
“Nós temos que ficar atento aos cuidados com os utensílios disponíveis em
restaurantes ou delivery de comida. O ideal é que todos esses objetos sejam
higienizados antes do consumo”. - Alberto Chebabo, infectologista
Para Marcelo Otsuka, da Sociedade Brasileira de Infectologistas o risco de
transmissão via alimentos é muito baixo e até o momento não existe nenhum estudo
que comprove esse meio. “Se você tem um alimento mal higienizado que uma pessoa
com sintomas manipule, um alimento que não foi cozido ou frito. A principal
recomendação é realizar a higienização deste produto”.
“Lave bem a mão antes de tocar o alimento. A embalagem pode estar contaminada,
mas a chance de transmissão por esse meio é bem pequena. O risco maior é de
adquirir o vírus na hora que estiver pagando pelo serviço ou pegando a
embalagem".
49. Água e sabão e suficiente para higienizar roupas?
O professor Júlio Borges, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo
(USP) de São Carlos, explica que roupas que são suspeitas de estarem infectadas
devem ser desinfetadas com água e sabão e, de preferência, lavadas com água
quente.
“Quando você coloca uma roupa para lavar, a limpeza depende da ação do sabão, de
suas propriedade e da água levar a sujeira embora. O poder desinfetante vai
depender da quantidade de sabão, do tempo de molho e, principalmente, do sabão
alcançar onde está a sujeira, no caso, o vírus. Para o caso de vírus, a
recomendação é que a roupa utilizada para fora da casa, seja única e seja lavada
em separado" - Júlio Borges, do Instituto de Química da Universidade de São
Paulo (USP) de São Carlos
Borges, explica que se algum dos elementos que efetivam a ação do sabão estiver
em falta - pequena quantidade de sabão ou pouco tempo de molho - o vírus pode
permanecer na roupa, ou passar para outra, caso não seja lavado em separado.
50. Existe algum remédio caseiro para combater o coronavírus?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe um remédio
comprovadamente eficaz para curar a Covid-19. Alguns medicamentos caseiros podem
oferecer conforto e somente aliviar alguns sintomas, porém, não possui nenhuma
evidência que esses produtos podem auxiliar na cura da doença.
51. Como separar o lixo de uma pessoa infectada ou com suspeita?
Pessoas que estão em isolamento domiciliar ou quarentena por suspeita ou
infecção pelo novo coronavírus precisam tomar alguns cuidados com o lixo
produzido em casa. Essa pessoa precisa ter uma lixeira de uso exclusivo, no
cômodo reservado para ela.
"Todo o resíduo tem que ser individualizado. Se a pessoa não tiver um saco
hermeticamente fechado, ela precisa amarrar muito bem o saco de lixo e só depois
disso descartá-lo em uma lixeira comum", diz a médica infectologista Roberta
Schiavon, integrante da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Quem estiver infectado não pode ter contato com o exterior do saco, apenas
descartar seus resíduos dentro dele. "A pessoa não infectada deve retirar o saco
do cesto pelo lado de fora e fechá-lo de forma que não vaze ar nem líquidos,
para que o vírus fique dentro do saco de lixo", explica Carlos Baía, diretor
técnico do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
Com esses cuidados, o lixo poderá ser manipulado por qualquer pessoa, como
outros moradores da casa ou as pessoas responsáveis pelo recolhimento do lixo em
prédios.
<https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/02/27/coronavirus-veja-perguntas-e-respostas.ghtml>
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