porque ocultaste estas coisas aos sábios e
entendidos,
e as revelaste aos pequeninos.”
(Mateus, 11: 25).
"
Bem-aventurados
os pobres,
porque deles é o reino dos céus"
(Mateus, 5:3)
Essas teriam sido as palavras do onisciente deus
filho redentor do mundo.
Naquele tempo, a esmagadora maioria
da população se constituía de analfabetos, sem nenhuma probabilidade de alçar a
um padrão de vida digna. Todos eram facilmente moldáveis ao sabor dos
interesses da elite romana, constituída de um pequeno grupo. Nada
melhor do que criar um salvador que desse esperança aos miseráveis do império e
os colocassem em oposição aos judeus.
Depois de determinado tempo, quando
quase toda a população já havia abraçado essas boas novas de salvação, o
imperador tornou o Cristianismo a religião oficial do império. Aí,
aqueles romanos que antes não se preocupavam com as crenças dos súditos
começaram a perseguir e matar os que pregassem qualquer outra fé em seu
território. Já não podiam mais esperar pela condenação divina
no suposto dia do juízo. Tinham que condenar aqueles que não cressem, como
teria dito Jesus: "Quem não crer será condenado". Eles só passaram a
antecipar a condenação, que, no dizer do cristo, deveria ser no dia do juízo
divino.
E, para manter a todos sob o seu
domínio espiritual, a igreja monopolizou a educação, e todos que tinham a
oportunidade de chegar a uma escola já eram doutrinados desde o início.
Mas, nem assim, a igreja escapou dos
pensadores. Muitos dos que estudaram chegaram um dia à conclusão de
que algo estava errado e tentaram informar. Aí, a igreja precisou começar a
condenar e executar os sábios que ousassem se opor a ela. Se alguém
olhava para o céu com olhos geniais, enxergando o que as pessoas comuns não
conseguem enxertar, esses eram os candidatos à tortura e uma morte horrível para
exemplo de que "de deus não se zomba"; pois seus representantes são cruéis e superpoderosos. Imagino que muitos dos cientistas do passado que
foram cristãos, o tenham sido na prática, guardando no íntimo suas conclusões,
para não terem o mesmo destino daqueles que tiveram a coragem de mostrar que o
pensamento da igreja era errado.
Giordano Bruno não voltou atrás, foi
queimado vivo. Galileu Galilei, conhecendo o destino de Bruno, preferir
dizer o que a Igreja mandou, para se livrar no inferno da Igreja. É muito
provável que tenha sido intimamente um ateu, embora tenha morrido como um
cristão.
Até hoje, não só a Igreja Católica,
mas muitas outras também, formam grandes colégios e universidades, na tentativa
de continuar doutrinando o mundo contra a ciência. Vemos muitos que
estudam ciências e fazem um grande esforço no sentido de negar as conclusões
científicas contrárias ao pensamento religioso. Se o meio científico
não tomar medidas cautelares, ainda corremos o risco de as religiões voltarem a
perseguir, torturar e assassinar os verdadeiros cientistas para se manterem no
poder.