DIA MUNDIAL DA HIGIENE DAS MÃOS


Dia Mundial da Higiene das Mãos, 2022
05 Maio 2022

Mensagem da Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África

O Dia Mundial da Higiene das Mãos é assinalado anualmente a 5 de Maio para promover e apoiar uma cultura de lavagem das mãos, ao mesmo tempo que se aumenta a consciência e a compreensão desta prática eficaz e económica de ajudar a prevenir a propagação de doenças.

O tema deste ano, “Unidos em prol da segurança: lave as suas mãos”, centra-se especificamente nas unidades de saúde, lançando um apelo a todos os profissionais de saúde, doentes e seus familiares para que se unam na higiene das mãos de modo a alcançar uma cultura de cuidados mais seguros e de melhor qualidade.

Os dados disponíveis mostram que a adopção de medidas eficazes de prevenção e controlo de infecções, incluindo a higiene das mãos, permitiriam reduzir para mais de metade o número de infecções associadas aos cuidados de saúde e aumentar em até 44% as taxas de sobrevivência de recém-nascidos. A higiene frequente e correcta das mãos também desempenha um papel significativo na luta contra epidemias e pandemias, como vimos na resposta à COVID-19 e à cólera, assim como na crescente ameaça da resistência aos antimicrobianos.

A complexidade do desafio de priorizar a higiene das mãos como medida de prevenção e controlo das infecções é destacada pelas estimativas mundiais da OMS e da UNICEF, que revelam que uma em cada quatro unidades de saúde em todo o mundo não dispõe sequer de acesso a estruturas básicas de abastecimento de água, e uma em cada três não dispõe de instalações para a higiene das mãos nos locais de cuidados. A situação é ainda mais grave em África, onde metade de todas as unidades de saúde não tem acesso básico a água.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou orientações sobre a higiene das mãos nos cuidados de saúde, garantindo a sua disseminação nos Estados-Membros e nas suas respectivas unidades de saúde, e ofereceu orientações técnicas sobre a implementação de ferramentas de monitorização nos países da Região Africana. Além disso, a OMS na Região Africana apoiou a melhoria das práticas de higiene das mãos através de campanhas de sensibilização nos Estados-Membros, de acções de formação destinadas a mais de 200 000 profissionais de saúde desde o início da COVID-19 e da prestação de apoio infra-estrutural com vista a melhorar o acesso a água, saneamento e higiene nas unidades de saúde. Foi prestada orientação técnica sobre a produção local de géis desinfectantes à base de álcool e a intensificação dos esforços existentes nos Estados-Membros, incluindo na África do Sul, no Burquina Faso, no Chade, na Etiópia e no Uganda.

A OMS colaborou com a União Africana e o Centro Africano de Prevenção e Controlo de Doenças para desenvolver um quadro jurídico que institucionalize as normas de prevenção e controlo de infecções a nível nacional e nas unidades de saúde. Este quadro jurídico realça que a higiene das mãos é um indicador nacional da qualidade dos sistemas de saúde, devendo ser formalizado em todos os países. As boas práticas de higiene das mãos devem ser alargadas e aplicadas de forma duradoura para se construir uma cultura de conformidade e, em última instância, melhorar o bem-estar das populações na Região Africana.

O acesso a água, saneamento e higiene, bem como a higienização das mãos, constituem uma parte fundamental dos requisitos mínimos da OMS em termos de prevenção e controlo de infecções. O plano estratégico regional para a prevenção e controlo de infecções prevê a implementação destes requisitos mínimos em todos os países da Região, com vista a reforçar a resiliência futura.

Uma abordagem holística que inclua uma melhor colaboração, bem como parcerias e investimento público-privados, continua a ser crucial para expandir e manter os serviços de abastecimento de água, saneamento e higiene seguros na Região. São necessários mais recursos financeiros na maioria dos países africanos para se alcançar o acesso universal aos serviços de água, saneamento e higiene até 2030, e também é necessário realizar investigação sobre o fardo socioeconómico das infecções associadas aos cuidados de saúde nos países africanos.

Para que a lavagem das mãos se torne uma prioridade nas unidades de saúde, os profissionais de saúde a todos os níveis devem acreditar na importância da higiene das mãos e da prevenção e controlo de infecções para salvar vidas. São actores fundamentais na instauração dos comportamentos e atitudes adequados a esta intervenção crítica.

Hoje, no Dia Mundial da Higiene das Mãos, gostaria de louvar a diligência dos nossos profissionais de saúde na Região Africana e agradecer-lhes por darem o exemplo e promoverem a lavagem das mãos. Gostaria também de manifestar o meu apreço pelo trabalho dos profissionais especializados na prevenção e controlo de infecções, que incansavelmente encorajam os profissionais de saúde a fazerem parte de novas iniciativas a favor da higiene das mãos.
Além disso, exorto os governos e os parceiros a investirem mais na expansão do acesso das nossas populações a água potável e saneamento. Se todos “nos unirmos em prol da segurança” ao praticar uma boa higiene das mãos, estaremos de facto em melhor posição para garantir os cuidados mais seguros e de melhor qualidade que tanto pretendemos para as futuras gerações de africanos.

<https://www.afro.who.int/pt/regional-director/speeches-messages/dia-mundial-da-higiene-das-maos-2022>

No dia mundial da higiene das mãos vale lembrar alguns fatos e lendas. Os judeus tinha isso como uma prática obrigatória, uma vez que naqueles tempos não havia garfos, e as pessoas pegavam em todos os alimento.   

Primitivamente, quando não havia talheres e as pessoas tinham que pegar em todos os alimentos, os melhores observadores viam que quem não lavava as mãos para comer tinha problemas intestinais e outros; e, como ninguém imaginavam existirem seres microscópicos causadores de doenças, deduziam que comer com as mãos imundas era ofensa aos deuses, que os castigavam com aqueles problemas de saúde.   Assim, também para os judeus, comer sem lavar as mãos seria ofensa a Yavé, que certamente os castigava com as infecções intestinais, que muitas vezes matavam os transgressores.

Em uma das passagens dos evangelhos cristãos, os judeus teriam repreendido os discípulos de Jesus por eles comerem sem lavar as mãos, e Jesus teria dito: “o que entra pela boca não contamina o homem“.  Esse mau exemplo daquele que teria sido o salvador do mundo só nos mostra que seus criadores não se importavam com a saúde dos incautos que iriam levar a estória adiante, ou nem eram tão observadores para perceber que quem comia com as mãos sujas estava sujeito a muitos problemas, que eles nem imaginavam ter a ver com esses seres invisíveis. 

Hoje, que os seres invisíveis se tornaram visíveis para quem tem microscópio, sabemos que o que entra pela boca é o que mais contamina as pessoas.   No caso de Jesus ter existido, sua onisciência não teria alcançado o conhecimento da existência das bactérias.  Todos os males, para eles, eram consequências do pecado.    Só muito tempo depois, é que o homem descobriu que não são seres sobrenaturais, mas seres microscópicos que castigam até hoje os que comem com as mãos sujas.

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