DINHEIRO PÚBLICO PARA INTERESSES PRIVADOS

Financiar ensino privado com dinheiro público é prejuízo para todos nós, exceto para uns empresários.  Os portugueses descobriram isso; os brasileiros, parece que não.

“Surpreendentemente, os portugueses descobriram que se gastavam centenas de milhões de euros em apoios a escolas privadas e que existiam duas realidades muito distintas que, em vez de serem complementares, competiam entre si: uma rede pública de ensino e uma rede privada suportada, em grande parte, pelo orçamento de Estado.

O país dividiu-se e a educação passou assim de tema ignorado a tema fraturante.

Mais, ficaram a saber que cada turma de uma escola privada com contrato de associação era paga pelo Estado ao preço de 80.500 Euros.

Muitos dos colégios apoiados têm mais de 30 turmas ao abrigo desses contratos, pelo que estamos a falar de vários milhões de euros por ano: no OE2016 o valor total para contratos de associação atinge o valor de 139 milhões de euros.

O Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Educação, no auge do debate, veio esclarecer que a transferência de uma turma dessas do privado para o público conduziria a uma poupança de cerca de 26.500 Euros por turma.”

http://www.asbeiras.pt/2016/05/opiniao-tema-fraturante-a-educacao/

Por que os portugueses descobriram, e os brasileiros não?   Aqui, diferentemente de Portugal, temos um parlamento cheio de religiosos que dão prioridade às escolas privadas pertencentes a denominações religiosas, e fazem o possível para transferir para elas os recursos que deveriam ser destinados às escolas públicas.

Se os nossos governos investissem na educação pública em vez de financiar a educação privada, não seria diferente, estariam poupando, assim como se constatou em Portugal.  Mas, com certeza, principalmente quando o parlamento está cheio de religiosos, todos privatistas, a quem muito interessa esse negócio, não ouviremos por aqui uma notícia como essa.

Ver mais sobre  O RISCO DE UM ESTADO RELIGIOSO

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