ENCONTRO DE RABIN E ARAFAT

Folha de São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 1994


Arafat e Rabin se reúnem na fronteira
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder da OLP, Iasser Arafat, e o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, têm reunião marcada para hoje na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel.
É a primeira vez que os dois se encontram na região. Os dois assinaram acordo de paz em Washington no ano passado. Em maio deste ano, estabeleceram a passagem da faixa de Gaza e da cidade de Jericó para a administração palestina.
“Há muitos assuntos na agenda, o mais importante dos quais é a finalização do acordo para a extensão da autoridade palestina sobre toda a Cisjordânia e a faixa de Gaza”, disse Ahmed Korei, encarregado de economia da autoridade palestina.
“O encontro com Rabin não é tanto para resolver problemas mas mais de naureza estratégica”, disse Nabil Shaat, chefe da delegação palestina que negocia com Israel.
Para ele, o problema de Jerusalém será prioridade da pauta. No acordo entre Israel e Jordânia assinado no mês passado, ficou estabelecida a custódia da Jordânia sobre os lugares sagrados de Jerusalém.
“Não queremos atrapalhar ninguém. Realmente queremos resolver o problema de Jerusalém de uma forma justa que possa ser duradoura”, disse Shaat. Israel considera Jerusalém sua capital. Os palestinos querem que a parte oriental da cidade, ocupada por Israel desde 1967, seja a capital de um futuro Estado palestino.
Líderes da Fatah, facção majoritária da OLP, em Túnis expressaram apoio a Arafat antes da reunião com Rabin. Foi o primeiro encontro de membros do Comitê Central da Fatah depois que Arafat foi para Gaza, no início de julho.
“Rabin deve saber que Arafat não pode ser isolado agora que está nas áreas autônomas”, disse Sakhr Abu Nizar, do Comitê Central da Fatah.
O Hizbollah –milícia xiita pró-Irã– negou ontem que os incidentes armados na fronteira entre Líbano e Israel estejam terminados. A afirmação havia sido feita anteontem pelo chanceler israelense Shimon Peres, que atribuiu à Síria um papel no caso.
Israel bombardeou uma aldeia no sul do Líbano matando civis. O Hizbollah retaliou com ataques de artilharia ao norte de Israel.
“Os próximos dias verão o movimento de resistência e suas operações continuarem”, disse o Hizbollah em comunicado divulgado ontem em Beirute.
Segundo o comunicado, “nossos irmãos sírios expressaram no passado, como nós fazemos repetidamente, que a resistência é um direito natural de nosso povo.”

<https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/8/10/mundo/9.html>

Infelizmente, graças a deus, graças ao deus dos judeus, o desejo de paz de Rabin lhe custou a vida pouco tempo depois.

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