ESTRANGEIRISMOS RIDÍCULOS

 

A língua não deve ser imposta, acho; pois hoje é a época em que mais impera a liberdade.  Nem a proibição evitaria a incorporação de palavras estrangeiras em uma língua.   A instrução teria muito mais efeito.  Mas há coisas que até faz mal aos ouvidos ouvir.

 

"Estrangeirismos desnecessários
08 de novembro de 2008 às 01:12
 

Sou apaixonado pela administração, mas se tem algo que me irrita nas revistas, livros e artigos sobre o tema, são os estrangeirismos desnecessários e que muitas vezes tornam ridículo o texto.

Acho brega ao extremo quando vejo os empacotadinhos das grandes cidades falando termos como “temos que obter um feedback dos colaboradores para saber o motivo da alta taxa de turn-over". No programa "O Aprendiz" os aspirantes a sócio do Roberto Justus abusam dos termos 'americanalhados' como se aquilo os fizessem parecer mais inteligentes ou capazes. Revistas como VoceSA e Exame, que são excelentes em seus conteúdos e altamente recomendadas para os estudantes de administração às vezes exageram a dose com tanto jargão ridículo.

Não se trata de xenofobia ou algo do gênero, mas se há equivalente em português, por que americanalhar? Vejam alguns exemplos:

Chairman (homem da cadeira) = gerente, chefe
CEO (Chef Executive Officer) = Diretor Executivo (ou administrativo)
Feedback = Retorno
Turn over = taxa de rotatividade dos funcionários
Quality manager = Gerente de qualidade
Brand equity = Valor da marca

Daqui a poucos anos, as pessoas vão olhar para trás e ver o quão ridículas eram no passado por deixarem sua língua oficial de lado para tentar parecer mais inteligentes usando esses estrangeirismos desnecessários.

Pessoas verdadeiramente capazes e inteligentes não precisam de maquiagem para aparentar ser o que não são. Quando você vir alguém abusando de estrangeirismos, é porque essa pessoa passou mais tempo decorando palavras bonitas do que aprendendo o que é verdadeiramente importante na profissão de administrador: apresentar resultados.
(Judson Gurgel, Administrador pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Pós-Graduado em Gestão de Empresas e em Administração de Sistemas da Qualidade - Professor dos Cursos de Administração, Marketing de Vendas, Gestão Empreendedora de Negócios, Ciências Contábeis e Gas e Petróleo da UNP - Mossoró)

 

Um leitor em um fórum da internet disse:

 

"Ao contrário do meio-ambiente, uma língua não pode ser destruída. Quanto mais, pode ser alterada. Se essas alterações foram para o bem ou para o mal é uma questão altamente subjectiva. E como disse o Edupa e bem, que juízo moral temos nós de ordenar a uma pessoa de como deve falar e escrever? A língua pertence a todos que a falam, e devemos respeitar isso.    Senão ainda chegamos ao ridículo da França de há um século em que havia "la gendarmerie linguistique" que aplicava multas a quem falava mal.

Por isso acho que a solução ideal não seria nem o laisser-faire proposto pelo Edupa, nem o proteccionismo agressivo. Seria o Estado (neste caso pela Academia) a criar termos novos para estrangeirismos assim que aparecessem, e depois divulgar esse novos termos extensivamente ao público em geral. As organizações e instituições (públicas e privadas) por lei teriam que usar os termos de forma a criar o maior número de incentivos para que a população em geral absorvesse as novas palavras. Mas ninguém seria forçado a nada."  Pedrovski
(http://forum.wordreference.com/showthread.php?t=444604&page=3).

 

A proposição de Pedrovski me parece boa.   Pois na maioria das vezes, encontramos tantos termos estrangeiros amplamente usados em nosso meio, que nem sempre sabemos o que exatamente significam e temos dificuldade para os dizermos na nossa língua.

 

Mas, por falar em estrangeirismos ridículos, vale lembrar a mais ridícula e comum da atualidade:

 

MC. O que isso quer dizer?  Mestre de cerimônia.  Por que, então, pronunciar as letras como se a palavra fosse inglesa? Isso, sim, é o cúmulo do ridículo na linguagem.  Os nomes das duas letras são "eme" e "cê", não "emh"  e "ci" como divulgam aí pela mídia.

Quando dizem "Dji Djei", acho válido; pois são iniciais de "disk jokei", palavra inglesa que, literalmente, poderíamos traduzir por tocador de disco.  Aí, sim, a palavra é estrangeira.   O mesmo podemos aceitar de VJ (vi djei).  Mas dizer duas letras em uma língua estrangeira quando elas se referem a palavras da nossa língua é algo difícil de ouvir!.

 

"UM CASE DE SUCESSO"?!!!

 

Atualmente,  quando quero ficar por dentro das notícias, tenho ouvido muito nos intervalos esta expressão:

"Em cada lançamento, um case (keize) de sucesso".

 

Só falta dizer success também!  

 

Isso me lembra o caso do indivíduo que ao responder a pergunta: "Would you like to drink a milk?", se confundiu e disse:

 

"Nóis lika, mais money que é good nóis não have".

 

 

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