O gênero das palavras quase sempre está trazendo dúvidas. Isso, porque nem sempre tem uma lógica incontestável.
Para começar, tomemos com exemplo palavra e vocábulo. Quer dizer a mesma coisa, mas palavra está no gênero feminino e vocábulo esta é do gênero masculino.
Quando passamos de uma língua para outra também podemos ver troca de gênero. O nosso computador vira uma computadora para as pessoas que falam a língua espanhola.
Como cada língua, comportando muitas exceções, tem uma forma de desinência como regra para cada gênero de palavras, a nossa traz palavras masculinas terminadas com “o” e femininas terminadas com “a”. Aí as pessoas tropeçam nas exceções, como grama (unidade de peso) que é do gênero masculino, e libido, que é do gênero feminino. (Libido em latim era simplesmente desejo. Hoje se aplica ao desejo sexual). O curioso é que, quanto mais se explica, mais se mostra a confusão dos gêneros. Por que a libido é o desejo?
Não existe uma regra obrigatória para gênero, podendo algo de um gênero em uma língua ser do outro em outra, e até animais machos podem ser designados no gênero feminino, por exemplo, a onça. E há também pessoas do sexo masculino que se veem no gênero feminino, mas isso aí já pertence a outro tema, bastante polêmico.
Quando estava fazendo o primeiro concurso público, uma questão pedia para identificar a única palavra masculina. Tudo parecia ser palavras femininas. Entre elas estava a palavra “formicida”. Até nas propagandas que eu ouvia no rádio desde a infância diziam “a formicida”. Mas eu pensei: inseticida é masculino, vermicida é masculino, espermicida é masculino… então, todo produto químico terminado em “cida” deve ser masculino. Escolhi “formicida” e acertei a questão.
Em uma língua que tem quase todos os substantivos masculinos terminados em o e os femininos em a, temos que prestar bastante atenção nas exceções. Pois nem sempre há explicação clara para algo ser masculino ou feminino.