2025
Não é que eu gostasse de estar naquelas temperaturas abaixo de zero. Mas do frio de Belo Horizonte, eu gosto.
Quando pessoas falam da minha resistência ao frio, eu respondo que nasci no inverno, em um lugar montanhoso, onde as manhãs ficavam cobertas de serração, e eu levantava bem cedo para ter mais tempo de brincar, e, ao sair de manhã, eu enxergava o que estivesse dentro de um raio de aproximadamente 20 metros, ficando tudo branco dali para frente.
Não sei qual era a temperatura, porque nem conhecia termômetro, e quando falavam de meteorologia pelo rádio, eu nem dava atenção. Vivia num lugar onde o único meio de comunicação era um rádio a pilha, que pegava emissoras de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e algumas cidades mineiras, como Juiz de Fora por exemplo. Eu gostava de ouvir de manha um programa de música sertaneja da Rádio Industrial de Juiz de Fora.
Na escola rural onde eu estudava, tínhamos uns livros dentro dos padrões da Ditadura da época, onde nem aparecia a palavra evolução. Pelo menos eles não eram contra as vacinas, nem negavam a ida do homem à lua, nem diziam que a Terra fosse plana como deveria ser se a tentativa de golpe de 2023 tivesse tido êxito.
De manhã, estava correndo na avenida, me lembrei daqueles tempos, tempos em que corria, subia nas árvores, jogava com uma bola feita de uma meia cheia com retalhos, e construía meus próprios carrinhos, que eram totalmente de madeira. Atualmente aposentado, ao sair nesses dias frios, fico querendo voltar ao tempo das brincadeiras. Assim como na infância, continuo gostando do frio.
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