A GRANDE TRIBULAÇÃO OU TEMPO DE ANGÚSTIA NÃO PODE REPETIR-SE
06/05/2006
Jerusalém foi destruída, os judeus foram dispersos, e a promessa
era que não haveria mais outro tempo de angústia, mas muitos ainda esperam
outro, como veremos no texto abaixo. Mas é uma esperança biblicamente infundada.
“Quando virdes Jerusalém cercada pelos exércitos, entendei que se aproxima a sua
desolação”. “Então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes, os que
estiverem no meio da cidade retirem-se, quem estiver nos campos não entre nela,
porque dias de vingança serão esses, para que se cumpra tudo o que está
escrito”. Ora o Senhor fala do fim do antigo Israel, ora das perseguições à
Igreja, ora do fim dos tempos” (Domingos Oliveira Medeiros, Verdades e
Enganos do Amigo João de Freitas).
ORA, ORA, ORA!
Já encontrei tal versão em textos de vários colegas. Mas nenhum dos outros
chegaram a aplicar as palavras a três fatos distintos.
O livro de Daniel fala de um assolador que viria e destruiria a cidade santa,
trazendo "um tempo de angústia tal qual nunca houve, desde que
existiu nação até aquele tempo” (Daniel, 12: 1). Depois
dessa tribulação, viria o reino da justiça eterna.
Os evangelistas Mateus e Lucas, que escreveram já no período de dispersão dos
judeus, afirma que Jesus teria dito que aquele período, chamado “tempos dos
gentios”, ocorreria uma única vez, isto é, “igual nunca houve nem haverá
jamais”. Depois da tribulação daqueles dias, que deveria durar mil duzentos e
sessenta dias, ocorreria o escurecimento do Sol e da Lua e a queda das estrelas,
vindo a seguir o próprio Jesus com seus anjos para juntar seus escolhidos em
toda a Terra. Esses dados estão bastante detalhados em
ÚLTIMA SEMANA DE DANIEL. Em nenhum texto
bíblico me parece sequer subentendido haver três chamados “tempo de angústia”,
“tempos dos gentios” ou “grande tribulação”, mas um período único.
Veja:
“Ora o Senhor fala do fim do antigo Israel” - O livro de Daniel falava que a
cidade santa seria destruída e haveria o tempo de angústia e depois viria o
reino divino. O apocalipse acrescenta uma nova Jerusalém vinda do céu.
“ora das perseguições à Igreja” – A Igreja, grego “eklesia”=povo, que se formou
de um grupo de judeus e se espalhou entre outros povos, participou da mesma
perseguição. Tanto judeus, quando grego, quanto romanos que professassem o
cristianismo estariam na mira dos romanos; porque Jesus seria o libertador de
Israel do poderio romano.
“ora do fim dos tempos” - Fim dos tempos não seria mais do que poucas coisas
após a tribulação daqueles dias; escurecimento do Sol e da Lua, queda das
estrelas e a volta do Cristo. Tudo se resumiu na mesma cronologia.
Como eu disse no artigo ÚLTIMA SEMANA
DE DANIEL, a interpretação de que seria mil duzentos e sessenta anos em
lugar de mil duzentos e sessenta dias colocava o fim no século XIV. Se
fosse literalmente mil duzentos e sessenta dias, aí é que as coisas estariam
mais fora da realidade ainda.
Embora a grande tribulação do livro de Daniel seja referência ao período de
opressão dos judeus por Antíoco IV, os livros de Mateus e Marcos consideravam,
como grande tribulação que precederia a volta de Jesus, o período iniciado com o
cerco e destruição de Jerusalém, sobre o que Mateus e Lucas não deixa dúvida.
Assim, o domínio papal como grande tribulação já é outra idéia fora dos
contextos bíblicos. E, de qualquer forma que se interpretar, não é possível esperar novo tempo de
angústia como várias igrejas esperam, e não há como justificar o mundo continuar como está. A teoria de três
tempos de angústia é apenas uma tentativa de negar que as profecias não se
cumpriram. "uma tribulação tão grande, como nunca houve
desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá" não poderia ser
três, mas somente "uma".
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