IMPOTÊNCIA SEXUAL OU DISFUNÇÃO ERÉTIL - NENHUM HOMEM É
INFALÍVEL
O que é
disfunção erétil?
A potência sexual
e a virilidade de um homem costumam estar diretamente associadas à sua
auto-estima. Por conta disso, quando um homem se vê sofrendo de disfunção erétil
(nomenclatura científica de impotência), acaba deixando o problema refletir em
vários outros aspectos da vida, desde o trabalho até as relações pessoais. Como
assunto sexualidade é um tabu, nem sempre o homem com problemas de impotência
procura um médico, preferindo recorrer à perigosa auto-medicação.
No Brasil, segundo o urologista Adriano Fregonesi, do Ambulatório de Impotência
do Hospital de Clínicas da Unicamp, "a incidência de disfunção erétil é bastante
alta: cerca de cinqüenta por cento dos homens acima de 40 anos, com parceira
fixa, têm algum grau de impotência, seja ela leve, moderada ou grave".
Cientificamente, disfunção erétil é a incapacidade de ter e/ou manter ereção
peniana suficiente para manter relação sexual. Não inclui as outros fatores
da esfera sexual: ejaculação, orgasmos e desejo.
A ereção é um ato neurovascular, gerado por um estímulo, que pode ser no próprio
pênis ou outro órgão sensitivo: olfato e visão, por exemplo. Esse estímulo causa
um relaxamento da musculatura do pênis e aumento do fluxo sangüíneo para o
mesmo, promovendo a ereção.
O que leva à impotência?
A impotência pode ser causada por diversos fatores, que se dividem entre
orgânicos e psicológicos. Entre os orgânicos, destacam-se a disfunção
erétil provocada pelo tabagismo, sedentarismo,
colesterol alto, alcoolismo e hipertensão. Também pode ocorrer
impotência devido à prostatectomia radical, que é uma cirurgia para a cura do
câncer de próstata, na qual pode acontecer de o nervo que liga o pênis do
indivíduo.
Os diabéticos representam um grupo de risco bastante alto de sofrer
impotência. Isso acontece porque, no decorrer dos anos, a doença afeta os vasos
sanguíneos e nervos, podendo acontecer neuropatia e afetando a transmissão dos
impulsos. A parte vascular, por sua vez, é afetada devido ao aumento da
arteriosclerose (perda da elasticidade das artérias).
Outro fator orgânico que merece ser destacado é o uso de anabolizantes.
Por ser um hormônio masculino que faz as células produzirem proteínas, o
anabolizante inibe a produção dos hormônios masculinos produzidos naturalmente
pelo homem. Quando tem seu uso suspendido, o usuário tende a ter uma baixa
produção hormonal e conseqüente perda da libido, que por sua vez, resulta em
impotência.
Já entre os fatores psicológicos, apresentam-se
estresse, depressão e ansiedade. Essa última é apontada como uma das
causas mais comuns de disfunção erétil, principalmente quando além de ansiosos,
o indivíduo é desconhecedor da própria sexualidade: "O homem - devido ao
cansaço, por exemplo - falha uma vez e, por conta disso, fica extremamente
ansioso antes da relação sexual seguinte. Isso é uma bola de neve que vai
evoluindo porque a tensão gera um não-relaxamento da musculatura do pênis, que é
o princípio contrário à ereção", explica Adriano Fregonesi.
A impotência pode ser tratada. Veja como
Na maioria dos casos de disfunção erétil, o homem não "é" impotente; ele "está"
impotente. O tratamento varia de acordo com a causa do problema. Normalmente, a
primeira medida tomada pelos médicos é solicitar uma orientação para que o
indivíduo conheça a própria sexualidade, no sentido de diagnosticar corretamente
a impotência.
Pode acontecer de o indivíduo estar tomando medicamentos cujos efeitos
colaterais incluem a impotência. Algumas pessoas têm esse tipo de reação aos
remédios para pressão. Nesses casos, a impotência é resolvida com a adoção de
um outro tipo de medicamento.
Também é bastante comum homens não conseguirem ter ereção por conta de
dificuldades no relacionamento. Nesses casos, ambos são encaminhados para
terapia de casal. Ainda na área psicológica, principalmente aos pacientes
que sofrem de estresse, é recomendada a diminuição da carga de trabalho e a
prática de exercícios.
Quando somente os tratamentos psicológicos não resolvem o problema, parte-se
para a medicação via oral. Cerca de 80 por cento dos casos resolvem-se
desta forma, aliando medidas comportamentais e terapêuticas. "Dependendo do
tipo, a medicação pode agir de duas formas: diretamente no órgão efetor, no caso
do sildenafil, relaxando a musculatura do pênis; no caso do cloridato de
apomorfina, promovendo a ereção por meio do sistema nervoso central", diz o
urologista Adriano Fregonesi, do Ambulatório de Impotência do Hospital de
Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Outra medida é a aplicação de substância para relaxamento da musculatura do
pênis. Nesse caso, a injeção é aplicada no órgão quinze minutos antes de
cada relação.
Em situações extremas, quando nenhuma das medidas anteriores surte resultado,
recorre-se à colocação de prótese peniana: "São dois cilindros de
silicone que têm uma haste metálica cujo centro é dobrável. Os cilindros são
colocados em cada um dos dois corpos cavernosos, que são parte do órgão. O
paciente fica com o pênis ereto 24 horas por dia", explica Adriano Fregonesi.
Os pacientes cujo grau de impotência solicita a implantação da prótese
correspondem a apenas cerca de cinco por cento dos casos. De acordo com Adriano
Fregonesi, "esses pacientes também podem receber uma prótese inflável, com a
qual o indivíduo fica com duas câmaras no interior do pênis e com uma bomba
aclopada no escroto. Acionada essa bomba, ocorre a ereção".
Algumas dúvidas mais comuns
Um assunto delicado como a impotência, acaba gerando algumas dúvidas. A seguir,
algumas perguntas respondidas pelo urologista Adriano Fregonesi, do Ambulatório
de Impotência do Hospital de Clínicas da Unicamp.
Existe prevenção?
A prevenção consiste em manter hábitos saudáveis para evitar os fatores
orgânicos causadores da impotência: tabagismo,
sedentarismo, colesterol alto, alcoolismo e hipertensão.
Existe relação
entre impotência e velhice?
Existe. Quanto mais idoso, maior a incidência de disfunção erétil. Com o passar
dos anos, os fatores de risco da impotência vão se ressaltando: pressão alta,
diabete, processo degenerativo das artérias, tabagsimo. Entre os mais velhos, os
fatores orgânicos são mais freqüentes desencadeadores de impotência que os
psicológicos.
Um adolescente pode sofrer de impotência?
Sim. Não é muito comum, mas geralmente, a causa da impotência em homens mais
jovens está ligada a fatores psicológicos. Muitos adolescentes, por
desconhecerem a própria sexualidade, fazem uso indevido de medicamentos e
arriscam a própria saúde. Nunca é demais lembrar que a auto-medicação é um crime
contra você mesmo.
Existe relação
entre impotência e fertilidade?
Quem tem impotência, não tem relação sexual e, conseqüentemente, não consegue
depositar espermatozóides na vagina. Curada a impotência, o indivíduo volta a
ser ativo sexualmente e voltará a poder ter filhos. Já a impotência ligada a
prostatectomia radical, que é uma cirurgia para a cura do câncer de próstata, a
infertilidade é irreversível. Normalmente, submetem-se a essa cirurgia homens
com mais de sessenta anos.
Existe impotência feminina?
Existe disfunção sexual feminina. Trata-se de um distúrbio relacionado ao
vaginismo, que é a contração involuntária dos músculos da vagina, e a frigidez e
conseqüente falta de desejo sexual. Também pode acontecer de a mulher não
conseguir atingir o orgasmo. Em linhas gerais, não dá para usar o termo
impotência para o sexo feminino, não só por conta da anatomia, mas também por
conta das diferenças psicológicas entre os gêneros.
(Fonte: Terra Saúde)
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