A tradição gramatical considera “inho” e “zinho” como duas variantes do mesmo sufixo. Mas hoje se sabe que são dois elementos completamente diferentes, quanto a sua natureza e quanto a seu comportamento.
O elemento “zinho” funciona como uma espécie de adjetivo preso ao vocábulo primitivo, mantendo com ele a mesma relação de concordância que os adjetivos mantêm com os substantivos: um cometa, um cometazinho; um poemA, um poemazinhO; uma tribO, uma tribozinhA.
O elemento “inho“, no entanto, funciona como um sufixo especial, que conserva o A ou o O final do vocábulo primitivo, independentemente do gênero ser masculino ou feminino: um poemA, um poeminhA; um cometA, um cometinhA; uma tribO, uma tribinhO; um sambA, um sambinhA.
No Português, pouquíssimos são os vocábulos femininos que terminam em “o“: além de tribo, temos a libido (um latinismo importado por via científica), moto e foto, criados modernamente pela redução dos compostos eruditos motocicleta e fotografia. Por isso – se formarmos diminutivos usando “inho” – vamos ter a motO, a motinhO; a fotO, a fotinhO. É natural que as pessoas achem estranhas essas duas formas, dada a sua extraordinária raridade nos padrões do nosso vocabulário. Mas é assim que nossa regra gramatical determina.