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ISLAMISMO E LIBERDADE - O QUE SE PROÍBE EM PAÍS
ISLÂMICO
8 coisas do seu dia-a-dia que são
proibidas em países islâmicos radicais
Carolina Vilaverde, 28 de setembro de 2012
Em setembro de 2011, a história de Kainat Soomro comoveu o mundo. A
paquistanesa de 17 anos foi sequestrada, estuprada por 4 homens e, por
pouco, não teve que morrer para lavar a própria honra. É que, segundo a
tradição islâmica, mulheres que fazem sexo antes do casamento trazem
vergonha para a família e devem ser punidas com a morte. Mas a família de Soomro enfrentou a tradição. O resultado: eles foram perseguidos, receberam
ameaças de morte e tiveram a casa atacada.
Casos como esse reforçam a polêmica em torno do islamismo no ocidente.
Claro, nem todas as nações islâmicas são tão radicais. Mas casos extremos e
fundamentalismo existem em qualquer lugar e religião. Aqui, mostramos coisas
que são comuns no seu dia-a-dia, mas que seriam condenáveis em países
muçulmanos conservadores:
1. Acessar a internet livremente
Você que passa horas navegando na web e adora
falar mal do governo pelo Facebook, jogue as mãos para o céu e agradeça por
morar no Brasil. Durante o regime de Hosni Mubarak, o Egito não censurou
diretamente a internet, mas manteve seus principais blogueiros e críticos do
governo sob constante vigia. Mubarak caiu, mas a prática continua. Pessoas
têm sido perseguidas, ameaçadas e até presas por criticar os rumos do país
na web, segundo um relatório do Reporters Without Boarders de março de 2012.
Outro país com restrições é o Irã. No começo do ano, quando a Revolução
Islâmica completou 33 anos, o acesso a contas de e-mail e redes sociais foi
cortado. Havia boatos de que protestos contra o governo estavam sendo
organizados na época. No dia 25 de setembro, vários jornais internacionais
divulgaram que o país parece já ter as bases técnicas para criar uma rede
online nacional. Os iranianos teriam, então, sua própria rede de internet,
separada da web que o resto do mundo usa. E isso, obviamente, só aumentaria
o controle sobre as informações que podem ser acessadas no país.
2. Beber cerveja
Várias passagens do Alcorão afirmam que
todos os
produtos intoxicantes são proibidos. Por isso, países como Líbia, Irã,
Paquistão e Arábia Saudita tornaram as bebidas alcoólicas ilegais. Na Arábia
Saudita, você só conseguirá consumir álcool se for um diplomata estrangeiro.
Ou se arranjar uma garrafa com um contrabandista. Há décadas, os libaneses
só conseguem beber cerveja ou vinho assim: comprando no mercado negro. E no
Irã, onde o mais comum é produzir a própria cerveja em casa,
a punição para
quem é pego bebendo não é nada leve: são 80 chicotadas.
3. Namorar
Muçulmanos não podem ter nenhum tipo de intimidade
com pessoas do sexo oposto de fora da família antes do casamento. Nada de
tirar um tempo para conhecer melhor o pretendente, nada de criar intimidade
antes do casório. A escolha do marido ou esposa segue o padrão do Islã: é a
família quem decide, depois de muito planejamento e ponderação, sem estar
sob o efeito da agitação dos hormônios dos jovens.
Apesar de “mortes por honra” serem ilegais na
Arábia Saudita, quase não há condenação a esse tipo de assassinato. No
Paquistão, as coisas melhoram um pouco: sexo fora do casamento não é mais
punido com a morte, mas com uma prisão de até 5 anos. No Irã, uma pessoa
solteira que fizer sexo pode levar 100 chicotadas.
4. Dirigir carros (se for mulher)
Em setembro de 2011, as mulheres da Arábia Saudita
conquistaram um direito básico: o de poder votar e concorrer às eleições
locais pela primeira vez. Não que a gente possa se gabar. Mulheres
brasileiras só puderam votar em 1932. Agora, as sauditas tentam quebrar
outra barreira para sua independência: poder dirigir um automóvel.
No ano passado, Manal al-Sharif, de 32 anos, foi
presa apenas por ter divulgado um vídeo em que dirigia. Outra mulher,
identificada apenas como Shema, foi condenada a 10 chicotadas por ter
desrespeitado a ordem de não dirigir. Essa restrição é feita pelos
religiosos muçulmanos. E o mais chocante é que não existe uma lei escrita
que proíba a ação no país. Mesmo assim, as punições contra quem descumpre a
regra são feitas de forma oficial, como a prisão de Manal.
5. Viajar desacompanhada (se for mulher)
Nos Emirados Árabes, um país mais liberal, as
mulheres podem dirigir. A proibição fica por conta das passageiras. Uma moça
só pode pegar um táxi sozinha em Dubai se outra estiver ao volante.
Na
Arábia Saudita, as mulheres sofrem diversas restrições: não podem escolher
as próprias roupas, não têm direito sobre o próprio corpo e não podem viajar
sem a permissão do marido ou pai. Esta última regra é tão rígida que está
afetando até estrangeiras que chegam ao país. Quase mil peregrinas
muçulmanas vindas da Nigéria foram detidas esta semana pelas autoridades
sauditas por estarem sem acompanhantes. As mulheres, que tinham como destino
a cidade de Meca, estão sendo ameaçadas de deportação.
6. Raspar a barba
Se você é do tipo que reclama sempre que tem que
fazer a barba, pense duas vezes na próxima vez. Em alguns países islâmicos,
a prática é reprovada e pode gerar até perseguições religiosas. Segundo
algumas interpretações do Alcorão, o ato de raspar a barba é pecado. No
Egito, religiosos muçulmanos que seguem essa linha estão em uma campanha
informal para convencer os barbeiros a deixar de oferecer o serviço. O
barbeiro Bahaa Shaaba contou ao site Egypt Independent que seu estabelecimento foi invadido por homens que
lhe acusaram de pecador e disseram que ele pagaria por isso no dia do
julgamento.
Depilar o rosto ou arrancar os pelos que estão
sobrando também não é de bom tom. Mas, se depender de alguns barbeiros, a
prática deve continuar. “Para ser honesto, ficamos com medo de ir para o
inferno e paramos de barbear as pessoas durante uma semana. Então,
percebemos que íamos falir, e voltamos a fazer o serviço”, disse Shaaban.
7. Ler o livro que você quiser
“A imprensa é livre para expressar sua
opinião, desde que ela não seja contra a fundação do Islã ou dos direitos das
pessoas, e a lei vai explicar os detalhes”. Esse é o artigo 24 da Constituição
da República Islâmica do Irã. Na prática, esses detalhes proíbem, entre outras
coisas, qualquer obra que crie uma atmosfera de perda dos valores nacionais ou
de valorização da cultura ocidental.
Você já sabe o que aconteceu depois: diversos livros foram banidos do Irã. Entre
eles, alguns best-sellers, como “O Código da Vinci”, de Dan Brown, e algumas
publicações políticas importantes como “O Contrato Social”, de Jean-Jacques
Rousseau. Além disso, escritores conceituados, como Gabriel García Márquez e seu
livro “Memória de Minhas Putas Tristes”, estão banidos. Ah, “O Zahir”, do
brasileiro Paulo Coelho também está na lista dos proibidos.
8. Ser gay, lésbica ou bissexual
Mesmo com todo o preconceito que ainda existe com os homossexuais no mundo
ocidental, ainda estamos na frente de muitos países islâmicos neste tema. O Islã
deixa sua posição sobre o assunto bem clara: a homossexualidade é proibida. As
explicações variam. Alguns afirmam que isso distorce a ordem natural na qual
Deus criou os seres humanos. Outros dizem que isso leva à destruição da família
e da instituição do casamento. As duas justificativas se parecem bastante com o
argumento dos religiosos cristãos contra os gays. Mas pode ser pior.
No Líbano, onde a homossexualidade é ilegal, 36 homens foram presos e torturados
porque estavam em um cinema pornô-gay no começo de agosto. No Afeganistão, a
orientação sexual também dá cadeia. Sudão e Arábia Saudita têm pena de morte
para a os gays. Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, onde também há a pena de
morte nesses casos, declarou em entrevista a CNN nesta semana que a
homossexualidade é “um comportamento muito desagradável” proibido por “todos os
profetas de todas as religiões e todas as fés”.
Fontes: The Independent, BBC UK, Reporters Without Borders, Daily Mail, The
Guardian, Egypt Independent, The Richard Dawkins Foundation, Reuters, The
Economist, About.com Islam, Queerty, Exame.com, Daily News, Voices Yahoo.
<http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/8-coisas-do-seu-dia-a-dia-que-sao-proibidas-em-paises-islamicos-radicais/>
Pessoas que argumentam que não são todos os muçulmanos que
são assim, como aquelas que falam de "islamofobia", parece não perceberam que
eles não proíbem as coisas e não matam os que pensam diferente só nos lugares
onde eles não têm poder; pois o livro sagrado deles assim determina. Não há um país com governo muçulmano que não
oprima o povo. Ou alguém conhece algum para me informar se estou errado?
Ver mais sobre os MUÇULMANOS
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