MÉDICOS E CIENTISTAS PEDEM IMPEACHMENT
DE BOLSONARO
Grupo de médicos e cientistas protocola pedido de impeachment de Bolsonaro
Documento aponta crime de responsabilidade e diz que o
negacionismo do presidente diante da pandemia de Covid-19 tem custado vidas.
Mais de 60 pedidos de impeachment já foram protocolados contra o presidente da
República.
Por G1 — Brasília
08/02/2021 09h29 Atualizado há 11 meses
Grupo de médicos e cientistas pede impeachment de Bolsonaro pela atuação do
governo na pandemia
Um grupo de médicos e cientistas protocolou um pedido de impeachment na Câmara
contra o presidente Jair Bolsonaro. O pedido afirma que Bolsonaro cometeu crimes
de responsabilidade na condução da pandemia de Covid-19.
Para embasar o pedido, os médicos e cientistas listaram uma série de declarações
públicas e ações de Bolsonaro desde março de 2020, quando o coronavírus começou
a se alastrar pelo país, até o dia 20 do mês passado.
Foi citada, por exemplo, a frase "Não sou coveiro", proferida por Bolsonaro após
ser questionado sobre o elevado número de óbitos pela doença no país. O pedido
lembra também as declarações de Bolsonaro contra as medidas de isolamento social
e as ocasiões em que o presidente minimizou os efeitos da doença.
Segundo os médicos e cientistas, o presidente "usou seus poderes legais e sua
força política para desacreditar medidas sanitárias de eficácia comprovada e
desorientar a população cuja saúde deveria proteger".
O pedido também afirma que o negacionismo de Bolsonaro tem custado vidas de
brasileiros.
"O Sr. Jair Messias Bolsonaro insistiu em arrastar a credibilidade da
Presidência da República (e, consequentemente, do Brasil) a um precipício
negacionista que implicou (e vem implicando) perda de vidas e prejuízos
incomensuráveis, da saúde à economia", diz um trecho do documento.
O documento foi assinado por oito profissionais entre médicos e cientistas. São
eles:
Daniel de Araújo Dourado - Médico, advogado e pesquisador Associado do
Núcleo de Pesquisa em Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (NAP-DISA/USP)
Eloan dos Santos Pinheiro - Ex-diretora da Far-Manguinhos (Fiocruz)
Gonzalo Vecina Neto - Médico, professor de saúde pública da Universidade de São
Paulo (USP) e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
José Gomes Temporão - Médico sanitarista e ex-ministro da Saúde
Ethel Leonor Noia Maciel - Pesquisadora no Campo da Saúde Coletiva, com
ênfase em Epidemiologia
Reinaldo Ayer de Oliveira - Médico
Ricardo Oliva - Médico sanitarista
Ubiratan de Paula Santos - Pneumologista do Instituto do Coração (InCor)
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidir se aceita ou não um
pedido de impeachment. Já foram protocolados mais de 60 pedidos de
impeachment contra Bolsonaro. Lira é aliado do presidente da República.
Outros pedidos
No dia 26 de janeiro lideranças religiosas protocolaram na Câmara um pedido de
impeachment contra Bolsonaro, também devido à atuação do governo no
enfrentamento da pandemia.
O documento foi assinado por 380 pessoas, entre as quais bispos, pastores,
padres e frades, ligadas a igrejas cristãs, incluindo católicas, anglicanas,
luteranas, presbiterianas, batistas e metodistas, além de 17 movimentos
cristãos.
No dia seguinte, outro pedido foi protocolado por seis partidos de oposição —
PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL e Rede – com base nos mesmos argumentos.
<https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/02/08/grupo-de-medicos-e-cientistas-protocola-pedido-de-impeachment-de-bolsonaro.ghtml>
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