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O MITO DA PAUTA BOMBA
O mito da “pauta bomba” do
Congresso
Por lucianohenrique on 6 de agosto de 2015 • ( 23 )
Valendo-se do já manjado recurso de transferência de
responsabilidade, o PT aponta para as decisões do Congresso na hora de
definir “os culpados pelo agravamento da crise”.
O lero-lero de Kennedy Alencar é sintomático
deste padrão. Segundo o jornalista chapa-branca, os
partidos políticos agem com “irresponsabilidade econômica
na Câmara”. Para ele, “o apelo feito pelo vice-presidente da República e
articulador político do governo, Michel Temer, deve ser visto como alerta e
prova do agravamento da crise política”.
Por esta perspectiva, se há uma parte de responsabilidade do PT, ela reside
apenas na articulação política. Alencar afirma: “Nem o PT votou a favor do
Palácio do Planalto, o que demonstra um alto grau de irresponsabilidade do
partido do governo numa hora de crise. Se nem o PT fica com o governo, outros
partidos aliados se sentem confortáveis para derrotar a presidente Dilma
Rousseff. Portanto, a culpa maior pelo agravamento da crise é a incapacidade
política do governo Dilma”.
Daí emenda: “Câmara deveria ter demonstrado maior responsabilidade”. Em seguida,
conclui: “isto tem nome: sabotagem política do governo utilizando a Câmara e
prejudicando a economia. A oposição também fica mal na foto. É coadjuvante de
Eduardo Cunha e se comporta com irresponsabilidade política e econômica”.
Entenderam?
Na narrativa de Alencar, o PT é responsável apenas por não ter colocado o
Congresso sob o cabresto. De resto, as ações do Congresso no momento de aprovar
suas propostas e rejeitar as do governo é que tem amplificado a crise. (Claro
que em outros textos, os petistas também culpam a mídia, os coxinhas, a crise
internacional, dentre outras transferências. Mas o fato é que o discurso da
“pauta bomba do Congresso como o maior agravador da crise do momento” tem sido
recitado mais incisivamente da semana passada para cá)
Podemos dizer que existe qualquer responsabilidade do Congresso? Será que é
racional acreditar que à boa intenção do governo se contrapõem os interesses
mesquinhos do Congresso? É verdade que há um conflito entre o bem (o PT) e o mal
(o Congresso)? O ceticismo novamente nos exige uma investigação mais apurada.
A grande verdade é que as propostas recentemente aprovadas ou rejeitadas pelo
Congresso são praticamente irrelevantes no que diz respeito ao gasto público. Ao
contrário, algumas dessas propostas chegam até a restringir o direito do governo
gastar à vontade. Na busca por um culpado pelo “agravamento da crise”, não
podemos encontrá-lo no Congresso.
O culpado está em outro lugar: no governo petista. Enquanto vemos notícias
dizendo que “nova proposta aprovada vai gerar 2,1 bilhões de gastos” ou “correção
conforme inflação aumentará os gastos em 3,5 bilhões”, a narrativa
desonesta do PT omite um fato: até o presente momento,
nada se falou quanto ao gasto de R$ 400 bilhões por ano com os 39 ministérios de
Dilma, valor que em momentos de crise poderia ser reduzido, no mínimo, à
metade. Isto se o governo petista tivesse qualquer tipo de compromisso com o
povo.
O PT se recusa a fazer essa redução, uma vez que está comprometido com os
projetos do Foro de São Paulo, com o aparelhamento do estado para bancar a
“cumpanheirada” (com uma infinidade de cargos comissionados) e demais gastos com
um único fim: manter o poder.
Se há uma pauta bomba, esta é aquela que descreve o projeto petista. Qualquer
conversa pedindo “ei, Congresso, me ajude a reduzir gastos”, sem a redução pela
metade do gasto com os ministérios, é no mínimo imoral. Seria o mesmo que
cortar despesas familiares de educação e saúde,
para continuar mantendo a mania do esposo de sair com
prostitutas caras duas vezes com semana. Ora, este é o gasto que deveria
ser eliminado primeiro. Não o gasto com a saúde e a educação dos filhos. Pelo
mesmo princípio, a redução de gastos mais urgente a ser feita está nos
ministérios petistas.
Aqui algumas ideias. Que tal eliminar a FUNARTE? Extinguir a Lei
Rouanet? Ou mesmo eliminar os investimentos de publicidade de estatais
monopolistas (que, como tal, não concorrem e não precisam gastar em
anúncios)? Que tal eliminar 75% dos cargos comissionados? O PT sabe que a
cada ação deste tipo atingirá radicalmente sua base de apoio, que troca verba
estatal por endosso a um projeto totalitário.
A “pauta bomba do Congresso” é um mito. Mas a pauta bomba do PT continua
vigente, irretocável e escondida por um discurso cínico de transferência da
responsabilidade do partido aos outros. Já passou da hora de ridicularizar
qualquer petista que venha com o discursinho de “pauta bomba do Congresso”.
Safadeza tem limites. E essa desonestidade intelectual do PT está custando muito
caro a todos nós.
<http://lucianoayan.com/2015/08/06/o-mito-da-pauta-bomba-do-congresso/#comment-62245>
IRRESPONSABILIDADE!
Esses jornalistas que alerdeiam por aí que é uma
irresponsabilidade do Congresso se derrubar o veto da Presidenta ao reajuste dos
funcionários do Judiciário,
a eles eu pergunto:
Se fossem eles que estivesse há nove anos sem recomposição das perdas salariais,
e o governo decidisse que eles deveriam continuar sem reajuste para não
prejudicar a economia das empresas onde eles trabalham, estariam eles a favor do
governo? Diriam ser irresponsabilidade do Congresso defender o direito deles?
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POLÍTICA BRASILEIRA
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