UM NOVO PACTO
15/03/2003
O profeta disse em nome de Yavé que faria "um pacto novo com a casa de Israel e
com a casa de Judá". Os cristãos usam essas palavras como sendo a nova aliança
que dizem esse deus ter feito com o Cristianismo. O judeus devem estar esperando
a concretização desse "novo pacto" até hoje. E eles parecem estar mais
enquadrados nas palavras de Jeremias do que os cristãos. Porém parece tarde
demais para isso se cumprir.
Esta foi a promessa:
"Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei
um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o
pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da
terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver
desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel
depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a
escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não
ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei
ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o
Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus
pecados. Assim diz o Senhor, que
dá o sol para luz do dia, e a ordem estabelecida da lua e das estrelas para luz
da noite, que agita o mar, de modo que bramem as suas ondas; o Senhor dos
exércitos é o seu nome:
Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim,
diz o Senhor,
deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e
sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a
linhagem de Israel, por tudo quanto eles têm feito, diz o Senhor.
Eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que esta cidade será reedificada para o
Senhor, desde a torre de Hananel até a porta da esquina. E a linha de medir
estender-se-á para diante, até o outeiro de Garebe, e dará volta até Goa. E o
vale inteiro dos cadáveres e da cinza, e todos os campos até o ribeiro de Cedrom,
até a esquina da porta dos cavalos para o oriente, tudo será santo ao Senhor;
nunca mais será arrancado nem derribado"
(Jeremias, 31: 31-40).
Com quem seria feito o pacto?
"...
com a casa de Israel e com a casa de Judá",
diz o profeta.
Poderia ser um sentido figurado, sendo esse pacto feito com outro povo, chamado
de "Israel espiritual" como dizem muitos cristãos?
O profeta não parece ter deixado margem para isso:
"Assim
diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, e a ordem estabelecida da lua e das
estrelas para luz da noite, que agita o mar, de modo que bramem as suas ondas; o
Senhor dos exércitos é o seu nome: Se esta ordem estabelecida falhar diante de
mim, diz o Senhor, deixará também
a linhagem de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre". O que mais nos mostra claramente se tratar da nação israelita?
"Eis
que
os trarei da terra do norte
e os congregarei das extremidades da terra; e com eles os cegos e aleijados, as
mulheres grávidas e as de parto juntamente; em grande companhia voltarão para
cá. Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de
águas, por caminho direito em que não tropeçarão; porque sou um pai para Israel,
e
Efraim é o meu primogênito.
Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai-a nas longínquas terras
marítimas, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como
o pastor ao seu rebanho"
(Jeremias, 31: 9-10).
Esse novo pacto, que, como vemos, não pode ser com o cristianismo, nunca ocorreu
e os judeus deve estar aguardando sua concretização, uma vez que eles foram
espalhados pelo mundo e se reuniram novamente em sua terra no século XX. Seria
isso um cumprimento da palavra de Jeremias?
Se isso estiver cumprindo a palavra de Jeremias,
estará jogado por terra todo o
fundamento do cristianismo. Pois os cristãos acreditam se enquadrar no novo
pacto de Yavé, enquanto o novo pacto deveria ser com a nação israelita.
A parábola dos lavradores maus diz que Deus rejeitaria o povo judeu e daria o
reino dos céus a outro povo. Mas isso seria tornar Yavé um deus muito tratante;
pois ele teria dito que só se a toda a ordem universal falhasse o povo de Israel
e Judá deixaria de ser seu povo escolhido.
Estaria então o profeta referindo-se mesmo aos dias atuais?
O início do livro de Jeremias nos informa que ele teria dito essas palavras "nos
dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá, no décimo terceiro ano do seu
reinado" (Jeremias, 1: 2). Naquela época,
Israel estava sob o domínio da Assíria,
e Josias planejava libertar essa nação do domínio assírio e reunir Israel com
Judá, formando um grande reino. Essa foi a razão de o profeta predizer: "Eis
que os trarei da terra do norte e os congregarei das extremidades da terra".
Naqueles dias é que um ungido de "Belém" deveria libertar Israel do jugo
assírio. Miquéias também teria dito: "Quando
a Assíria entrar em nossa terra,
e quando pisar em nossos palácios, então suscitaremos contra ela sete pastores e
oito príncipes dentre os homens. Esses
consumirão a terra da Assíria à espada, e
a terra de Ninrode nas suas entradas. Assim
ele nos livrará da Assíria,
quando entrar em nossa terra,
e quando calcar os nossos termos." (Miquéias, 5: 5, 6).
O novo pacto seria
o livramento de Israel e Judá do poderio assírio
e o estabelecimento de um reino imbatível dos hebreus,
não o estado judeu atual, nem o Cristianismo.
Como o novo pacto seria
reunião dos israelitas e judeus após o domínio assírio,
é certo que
já se passou em muito o tempo em que deveria
cumprir-se a promessa do novo pacto com os hebreus, e
o pacto com os
cristãos é pura invenção dos autores
dos evangelhos. Se a
palavra profética se cumprisse, os judeus teriam dominado o mundo há mais de
dois mil e quinhentos anos. A promessa simplesmente não se cumpriu,
e os cristãos,
ao mesmo tempo que dizem o pacto ser com eles, cristãos,
acham que
a formação do novo estado de Israel é cumprimento da promessa.
Isso é hilário!!!
Para mais esclarecimento, veja
O CONCERTO PERPÉTUO
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