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OS MORTOS ESTÃO CONSCIENTES,
OU NÃO SABEM COISA
NENHUMA?
28/02/2003
OS MORTOS
CONTINUAM VIVENDO?
“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos
injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no
espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais noutro
tempo foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de
Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram
salvos, através da água.” (I Pedro, 3: 18-20). “...hão de prestar contas àquele
que é competente para julgar vivos e mortos; pois, para este fim foi o evangelho
pregado também aos mortos” (I S. Pedro, 4: 5, 6).
OS MORTOS NÃO EXISTEM MAIS?
“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma,
nem tão pouco terão eles recompensa, porque sua memória jaz no esquecimento”
(Eclesiastes, 9: 5). “no além, para onde vais, não há obra, nem projeto, nem
conhecimento, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes, 9: 10).
Como Cristo poderia pregar aos espírito dos que foram desobedientes enquanto Noé
preparava a arca e é a própria Bíblia que afirma que “os vivos sabem que hão de
morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma”? De que adianta pregar para quem
não sabe de nada? Pertencente a uma religião que não aceita a existência desse
espírito, para mim as palavras de Salomão eram confirmadas na maior parte da
Bíblia, porém, ninguém me explicava convincentemente as de Pedro, e acho que
jamais podemos harmonizá-las.
Se Salomão estiver certo, Pedro está enganado. Se Pedro estiver certo, enganado
está Salomão. Logo, não se pode dizer que tudo que está na Bíblia é verdadeiro.
Se umas coisas não são verdadeiras, não podemos garantir a veracidade de outras.
A CAUSA DA CONTRADIÇÃO
No tempo em que foi escrito o livro de Eclesiastes, atribuído a Salomão, os
hebreus não tinham a crença na ressurreição, nem na imortalidade da alma.
Todavia, durante o cativeiro babilônico, parte deles assimilaram a crença da
ressurreição. Os fariseus aceitaram a crença, e os que não a adotaram são os
saduceus. A teoria da ressurreição foi a base que os seguidores de Jesus
utilizaram para passar ao mundo a ideia de que ele fosse o messias prometido por
Miquéias, messias esse que deveria surgir nos dias da Assíria. Muitas partes dos
evangelhos dão a entender muito claramente que o morto esteja inconsciente mas
um dia ressuscita. Em outros lugares, aparece a idéia de que os mortos estão
conscientes em uma forma de existência diferente, como é o caso da carta de
Pedro. Segundo o Evangelho de Lucas, Jesus teria dito: “Olhai as minhas mãos
e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede; porque um espírito não
tem carne nem ossos, como percebeis que eu tenho” (Lucas, 24: 39). Isso
mostra que o autor do texto, além acreditar na ressurreição, cria também na
existência do tal espírito imaterial a sobreviver ao corpo depois da morte.
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