A PÍLULA DO DIA SEGUINTE
19/07/2009
"há mulheres que confiam tanto no método a ponto de acreditar que
ele previne inclusive a Aids. Puro mito!.
'Troquei a camisinha pela
pílula do dia seguinte. Afinal ela previne a gravidez e doenças sexualmente
transmissíveis'. É inacreditável! Mas em algumas abordagens
que fizemos durante a produção desta matéria, descobrimos mulheres que ainda
acreditam que a pílula do dia seguinte pode substituir o preservativo. Se
esse é o seu caso, saiba que essa história não passa de um grande mito. E
que o sexo seguro somente se dá com camisinha! Outro problema que gira em torno
do método contraceptivo é que muitas jovens têm usado a pílula de forma errada e
abusiva. Segundo Edinalva Braz, ginecologista e sexóloga do
Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo, a pílula do dia seguinte não
serve para prevenir doenças e muito menos Aids. 'Ela deve ser tomada apenas em
caso de emergência numa relação sexual não protegida, ruptura ou vazamento da
camisinha, e até por quem, eventualmente, esqueceu de tomar o anticoncepcional
ou foi vítima de abuso sexual', adverte. Atualmente existem no mercado dois
tipos do medicamento: só com um hormônio (progesterona) e a combinada com dois
hormônios (estrogênio + progesterona). Vale lembrar que a principal função
da progesterona é inibir a ação do hormônio LH, responsável por estimular a
ovulação feminina. Para obter o melhor resultado, o comprimido deve ser ingerido
nas primeiras 24 horas a~pós o ato sexual ou, no máximo, em até 72 horas após a
relação. O contraceptivo de emergência foi implantado no Brasil há dez anos e
continua sendo o mais polêmico e procurado e meio a tantos outros
anticoncepcionais. Entre as polêmicas que giram em torno do método, é que
ele é abortivo. Mas muitos especialistas negam esse fato. Desvende outros
mistérios dessa pílula que pode ser um aliada, se usada de forma consciente, mas
também uma grande vilã para muitas mulheres que acham que o contraceptivo pode
ser a salvação da lavoura!
Evita a gravidez indesejada?
Sim, é para isso que ela serve. Quando tomada nas primeiras 24
horas, tem a chance de impedir quase 95% a gravidez. Preservativos e métodos
contraceptivos hormonais pode ser usados imediatamente ou o ciclo menstrual
seguinte. Também pode se abster de sexo até começar a usar seu método
contraceptivo habitual.
Protege da Aids e de ouras doenças sexualmente transmissíveis?
Não. Nenhuma contracepção de emergência dá total proteção contra
doenças sexualmente transmissíveis ou Aids. O correto é usar preservativo.
Sempre!
A pílula engorda?
Sim. Devido à alta dose hormonal ingerida, poderá ocorrer um
inchaço no corpo.
Existe contraindicação?
A pítulo é contraindicada para quem sofre de doenças
hematológicas, hepáticas, problemas renais, epilepsia, problemas cardíacos e
pacientes em tratamento de tuberculose.
Causa osteoporose?
Não existe nada que comprove essa afirmação.
É abortiva?
Não. A pílula age antes que a gravidez ocorra. Se a fecundação
ainda não aconteceu, o medicamento vai bloquear o encontro do espermatozóide com
o óvulo. Se esse encontro já ocorreu, a pílula não terá efeito algum.
Quem pode tomar?
Todas as mulheres em idade reprodutiva.
Se eu tomar sempre, o efeito será o mesmo?
Não. O abuso e o excesso têm efeito contrário. Neste caso,
há mais riscos de uma gravidez indesejada.
Preciso de receita médica para comprar o remédio?
Não. Na verdade esse seria o procedimento correto, porém, isso
não ocorre e a pílula pode ser adquirida em qualquer farmácia, sem prescrição
médica.
O uso frequente interfere no resultado?
Sim. O uso indiscriminado da pílula interfere no resultado.
Quando utilizado até 24 horas da relação desprotegida, ela tem uma eficácia de
até 95%, mas conforme esse tempo vai passando, os seus efeitos também diminuem.
Desregula a menstruação?
Sim. Em algumas mulheres, o método pode causar alterações
menstruais, antecipando ou até mesmo atrasando o ciclo.
Existem efeitos colaterais?
Náuseas, vômitos e sangramento uterino irregular são as respostas
mais comuns ao medicamento.
Pode deixar a mulher estéril?
Não há nada que comprove isso.
Posso tomar todas as vezes que transar?
Não. A pílula do dia seguinte não deve ser utilizada como método
contraceptivo e, sim, como auxiliar nas 'falhas'.
É verdade que ela acelera o processo de queda de cabelo?
Nenhuma pesquisa comprova essa tese.
Aumenta o fluxo sanguíneo durante a menstruação?
Depende. Isso pode variar de acordo com o organismo de cada
mulher.
A dose recomendada de 2 comprimidos equivale a uma cartela de
anticoncepcional?
Não. Depende do tipo da contracepção de emergência utilizado. A
combinada (2 tipos de hormônios) corresponde a uma dosagem superior a uma
cartela de anticoncepcional, por exemplo.
Se a mulher não souber que está grávida e tomar a pílula, o
contraceptivo pode causar problemas ao feto?
Não. Até o momento, não há nenhuma informação que o uso da
contracepção de emergência cause efeitos de má formação no feto.
Dizem que a pílula estimula o surgimento de nódulos nos seios
porque aumenta a prolactina. Isso é verdade?
Não existe nenhuma pesquisa que comprove essa informação.
Pode causar manchas na pele?
Não. Desde que o uso não seja abusivo.
Chá, dieta ou remédios podem afetar a eficácia do
anticoncepcional?
São poucos os medicamentos que podem interferir na eficácia do
anticoncepcional oral, desde que a usuária seja disciplinada. Chás e dietas não
costumam interferir nos resultados.
A pílula causa trombose?
Não. Se utilizada como contracepção de emergência, não vai
alterar os mecanismos da coagulação. Mas mulheres com fatores de risco
tromboembólicos pessoais ou familiares devem procurar um médico antes de começar
a fazer uso da medicação.
(Regina Andrade, Revista 7 Dias com Você, 23/07/2009, págs. 24, 25).
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