Quando vivia no interior, estava tão desinformado, que nem sabia que vivíamos em uma ditadura. Na década de 1980 é que comecei a ver as disputas políticas na TV e não sabia bem sobre o que era esquerda e direita.
Depois de viver um período bastante conturbado de um governo que, embora dito de esquerda, entregou grande parte do patrimônio público ao setor privado e causou o maior desemprego do século XX e um estrondoso número de falências, tive a sorte de viver um período realmente de esquerda, quando o desemprego caiu, e o PIB do país cresceu esplendorosamente.
Após um golpe nefasto que retornou com força na entrega do patrimônio público ao setor privado, com a agravante de entregar muito a estrangeiros, procurei pensar mais na política e e concluir com mais confiança sobre o que é bom ou ruim para o país.
Ao longo desses anos tenho visto uma guerra política, em que, num momento um lado ganha, noutro momento ganha o outro lado; mas alguns estragos ocorridos são inconsertáveis.
Depois que um neoliberal, travestido de esquerdista, isentou dividendos de imposto de renda, enquanto compensava a perda de arrecadação com a ausência de correção da faixa de isenção, nunca mais se corrigiu isso, ainda que se tenha tentado. A faixa de isenção do IR veio caindo em todos os governos, e, cada vez mais, a proporção de impostos pagos pelos pobres foi ficando maior do que a dos ricos.
Recentemente, a proposta do governo de esquerda foi corrigir um pouco mais a defasagem da faixa de isenção para R$5.000,00 (cinco mil reais), e compensar isso com uma contribuição dos que ganham acima de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) por mês. A proposta comprou um briga com o Congresso. Pois, como todos os membros das duas casas legislativas ganham acima disso, e há uma maioria de parlamentares da direita, esse sonho não se realiza, e o pobre continua sustentando o rico.
Percebemos que, enquanto o nosso governo de esquerda tenta fazer justiça tributária, o projeto da direita, que domina o Congresso, tem sido este:
1- congelar salário mínimo, para manter o pobre na miséria;
2- manter a escala 6×1, para evitar que o pobre tenham um pouco de tempo para pensar;
3- não tributar os lucros dos ricos, para apertar o orçamento público, tornando mais difícil alguma justiça social;
4- não zerar os impostos da cesta básica, para que o pobre continue gastando mais com a alimentação;
5- reduzir impostos na compra de jet-ski e iates, para ter menos arrecadação e mais disparidades entre ricos e pobres;
6- aumentar a conta de luz, para apertar mais o orçamento do pobre, uma vez que é para este que a energia pesa mais;
7- impedir a isenção do IR para salário de até 5 mil reais, para sobrar menos para os pobres;
8- aumentar o tempo de contribuição para a aposentadoria, para manter o pobre ocupado por mais tempo;
9- reduzir o investimento em saúde e educação, para tornar mais difícil o pobre sair de sua condição de pobreza;
10- aumentar o número de deputados, para favorecer amigos e comer mais um pouco do orçamento público.
O que se pode concluir é que com uma política dessa, é difícil o país ter progresso. A direita só quer subtrair recursos de setores como educação e saúde, em vez de buscar recurso com quem pode contribuir. E, infelizmente, as próprias vítimas dessa política, em grande parte, têm eleito esses que são seus próprios inimigos.
Tornando mais precária a educação pública, eles já conseguem impedir a maioria da população de adquirir conhecimento e de ter tempo para ver o que está sendo feito. Aumentar custo de vida com aumento de conta de luz e alguns outros itens essenciais é a outra medida das mais eficiente para manter os pobres muito atarefados com a sobrevivência e na ignorância da realidade. Assim, conseguem conduzir o grosso da população para onde bem entenderem. E os micro, pequenos e médios empresários perdem muito com isso também; pois o pobre mais pobre consome menos, reduzindo o ganho das empresas também. Olhando para tudo isso, não teria eu como não escolher a esquerda. E você que é micro, pequeno ou médio empresário, saiba que essa política é desfavorável também para você que depende mais do consumo dos pobres, que são a grande maioria. Saiba também que todas as grandes crises econômicas resultaram das políticas neoliberais que empobrecem a população.
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