POR QUE JUDEUS
NÃO ACEITAM JESUS
Por que os
judeus não acreditam em Jesus?
RESPOSTA:
Por séculos os judeus foram
perseguidos por sua fé e prática religiosa. Muitos tentaram impor suas idéias e
aniquilar o judaísmo. Nem as cruzadas, nem a inquisição implacável, nem os
pogroms conseguiram manipular nossas almas cumprindo seu intento.
O judaísmo mantém sua chama
sempre viva.
A história comprova: os
judeus continuam rejeitando o Cristianismo. Por quê?
Porque somos simplesmente
judeus, nascemos e vivemos o judaísmo e temos nossas próprias convicções.
Mas quando judeus são
seguidamente questionados sobre esta questão e não-judeus frequentemente
perguntam: "Por que os judeus não acreditam em Jesus?" Preparamos alguns
argumentos com o objetivo, não de depreciar outras religiões, pois respeitamos a
todos e por esta razão não fazemos proselitismo, mas sim apenas para esclarecer
a posição judaica.
Por que os judeus não acreditam em Jesus?
Porque:
1. Jesus
não preencheu as profecias messiânicas
2.
Cristianismo contradiz a teologia judaica
3. Jesus
não personifica as qualificações pessoais do Messias
4.
Versículos bíblicos "referindo-se" a Jesus são traduções incorretas
5. A
crença judaica é baseada na revelação nacional
Veja também:
6. Judeus
e Gentios
7.
Trazendo o Messias
1. JESUS NÃO PREENCHEU AS
PROFECIAS MESSIÂNICAS
O que o Messias deveria
atingir? A Torá diz que ele:
a - Construirá o terceiro
Templo Sagrado (Yechezkel, 37:26-28)
b - Levará todos os judeus de
volta à Terra de Israel (Yeshayáhu, 43:5-6).
c - Introduzirá uma era de
paz mundial, e terminará com o ódio, opressão, sofrimento e doenças. Como está
escrito: "Nação não erguerá a espada contra nação, nem o homem aprenderá a
guerra." (Yeshayáhu, 2:4).
d - Divulgará o conhecimento
universal sobre o D'us de Israel - unificando toda a raça humana como uma só.
Como está escrito: "D'us reinará sobre todo o mundo - naquele dia, D'us será Um
e seu nome será Um" (Zecharyá, 14:9).
O fato histórico é que Jesus
não preencheu nenhuma destas profecias messiânicas.
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2. CRISTIANISMO CONTRADIZ A TEOLOGIA JUDAICA
a - D'us em três?
A idéia cristã da trindade
quebra D'us em três seres separados: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mateus
28:19).
Compare isto com o Shemá, a
base da crença judaica: "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso D'us, o Senhor é UM"
(Devarim 6:4). Os judeus declaram a unicidade de D'us todos os dias,
escrevendo-a sobre os batentes das portas (Mezuzá), e atando-a à mão e cabeça (Tefilin).
Esta declaração da unicidade de D'us são as primeiras palavras que uma criança
judia aprende a falar, e as últimas palavras pronunciadas antes de morrer.
Na Lei Judaica, adorar um
deus em três partes é considerado idolatria - um dos três pecados cardeais, que
o judeu prefere desistir da vida a transgredir. Isto explica porque durante as
Inquisições e através da História, os judeus desistiram da vida para não se
converterem.
b - Um homem como deus?
Os cristãos acreditam que
D'us veio à terra em forma humana, como disse Jesus: "Eu e o Pai somos um" (João
10:30).
Maimônides devota a maior
parte do "Guia para os perplexos" a idéia fundamental que D'us é incorpóreo,
significando que Ele não assume forma física. D'us é eterno, acima do tempo. É
infinito, além do espaço. Não pode nascer, e não pode morrer.
Dizer que D'us assume forma humana torna D'us pequeno,
diminuindo tanto Sua Unidade como Sua Divindade. Como diz a Torá: "D'us não é um
mortal" (Bamidbar, 23:19).
O Judaísmo diz que Messias
nascerá de pais humanos, com atributos físicos normais, como qualquer outra
pessoa. Não será um semi-deus, e não possuirá qualidades sobrenaturais. De fato,
em cada geração vive um indivíduo com a capacidade de tornar-se o Messias.
(veja Maimônides - Leis dos Reis 11:3).
c - Um intermediário para
a oração?
É uma idéia básica na crença
cristã que a prece deve ser dirigida através de um intermediário - i.e.,
confessando-se os pecados a um padre. O próprio Jesus é um intermediário, pois
disse: "Nenhum homem chega ao Pai a não ser através de mim."
No Judaísmo, a prece é
assunto totalmente particular, entre cada pessoa e D'us. A Torá diz: "D'us
está perto de todos que clamam por Ele" (Tehilim 145:18). Além disso, os
Dez Mandamentos declaram: "Não terá outros deuses DIANTE
DE MIM," significando que é proibido colocar um mediador entre D'us e o
homem. (veja Maimônides - Leis da Idolatria cap. 1).
d - Envolvimento no mundo
físico
O Cristianismo freqüentemente
trata o mundo físico como um mal a ser evitado. Maria, a mais sagrada mulher
cristã, é retratada como uma virgem. Padres e freiras são celibatários. E os
mosteiros estão em locais remotos e segregados.
Em contraste, o Judaísmo
acredita que D'us criou o mundo físico não para nos frustrar, mas para nosso
prazer. A espiritualidade judaica vem através do envolvimento no mundo físico de
maneira tal que ascenda e eleve. O sexo no contexto apropriado é um dos atos
mais sagrados que podemos realizar.
O Talmud diz que se uma
pessoa tem a oportunidade de saborear uma nova fruta e recusa-se a fazê-lo, terá
de prestar contas por isso no Mundo Vindouro. As escolas rabínicas ensinam como
viver entre o alvoroço da atividade comercial. Os judeus não se afastam da vida,
elevam-na.
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3. JESUS NÃO PERSONIFICA AS QUALIFICAÇÕES PESSOAIS DO MESSIAS
a - Messias como profeta
Jesus não foi um profeta. A
profecia apenas pode existir em Israel quando a terra for habitada por uma
maioridade de judeus. Durante o tempo de Ezra (cerca de
300 AEC), a maioria dos judeus recusou-se a mudar da Babilônia para Israel, e
assim a profecia terminou com a morte dos três últimos profetas - Chagai,
Zecharyá e Malachi.
Jesus apareceu em cena
aproximadamente 350 anos após a profecia ter terminado.
b - Descendente de David
O Messias deve ser
descendente do Rei David pelo lado paterno (veja Bereshit, 49:10 e Yeshayáhu,
11:1). Segundo a reivindicação cristã que Jesus era filho
de uma virgem, não tinha pai - e dessa maneira não poderia ter cumprido o
requerimento messiânico de ser descendente do Rei David pelo lado paterno!
c - Observância da Torá
O Messias levará o povo judeu
à completa observância da Torá. A Torá declara que todas as mitsvot permanecem
para sempre, e quem quer que altere a Torá é imediatamente identificado como um
falso profeta. (Devarim 13:1-4).
No decorrer de todo o Novo
Testamento, Jesus contradiz a Torá e declara que seus mandamentos não se aplicam
mais. (veja João 1:45 e 9:16, Atos 3:22 e 7:37).
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4. VERSÍCULOS BÍBLICOS "REFERINDO-SE" A JESUS SÃO TRADUÇÕES INCORRETAS
Os versículos bíblicos apenas
podem ser entendidos estudando-se o texto original em hebraico - que revela
muitas discrepâncias na tradução cristã.
a - Nascimento virgem
A idéia cristã de um
nascimento virgem é extraído de um versículo em Yeshayáhu descrevendo uma "alma"
que dá à luz. A palavra "alma" sempre significou uma mulher jovem, mas os
teólogos cristãos séculos mais tarde traduziram-na como "virgem". Isto
relaciona o nascimento de Jesus com a idéia pagã do
primeiro século, de mortais sendo impregnados por deuses.
b - Crucifixão
O versículo em Tehilim 22:17
afirma: "Como um leão, eles estão em minhas mãos e pés."
A palavra hebraica ka'ari (como um leão) é gramaticalmente semelhante à
palavra "ferir muito". Dessa maneira o Cristianismo lê o versículo como uma
referência à crucifixão: "Eles furaram minhas mãos e pés."
c - Servo sofredor
Os cristãos afirmam que
Yeshayáhu (Isaías) 53 refere-se a Jesus. Na verdade,
Yeshayáhu 53 segue diretamente o tema do capítulo 52, descrevendo o exílio e a
redenção do povo judeu. As profecias são escritas na forma singular
porque os judeus (Israel) são considerados como sendo uma unidade. A Torá está
repleta de exemplos de referências à nação judaica com um pronome singular.
Ironicamente, as profecias de
perseguição de Yeshayáhu referem-se em parte ao século 11, quando os judeus
foram torturados e mortos pelas Cruzadas, que agiram em nome de Jesus.
De onde provêm estas
traduções erradas? S. Gregório, Bispo de Nanianzus no século IV, escreveu: "Um
certo jargão é necessário para se impor ao povo. Quantos menos compreenderem,
mais admirarão."
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5. A CRENÇA JUDAICA É BASEADA NA REVELAÇÃO NACIONAL
Das 15.000 religiões na
História Humana, apenas o Judaísmo baseia sua crença na revelação nacional -
i.e., D'us falando a toda a nação. Se D'us está para iniciar uma religião, faz
sentido que Ele falará a todos, não apenas a uma pessoa.
O Judaísmo,é a única entre
todas as grandes religiões do mundo que não confia em "reivindicações de
milagres" como base para estabelecer uma religião. De fato, a Torá afirma que
D'us às vezes concede o poder de "milagres" a charlatães, para testar a lealdade
judaica à Torá (Devarim 13:4).
Maimônides declara (Fundações
da Torá, cap. 8):
"Os Judeus não
creram em Moshê (Moisés), nosso mestre, por causa dos milagres que
realizou. Sempre que a crença de alguém baseia-se na contemplação de
milagres, tem dúvidas remanescentes, porque é possível que os milagres
tenham sido realizados através de mágica ou feitiçaria. Todos os
milagres realizados por Moshê no deserto aconteceram porque eram
necessários, e não como prova de sua profecia.
"Qual era então a
base da crença judaica? A revelação no Monte Sinai, que vimos com nossos
próprios olhos e ouvimos com nossos ouvidos, não dependendo do
testemunho de outros... como está escrito: 'Face a face, D'us falou com
vocês...' A Torá também declara: 'D'us não fez esta aliança com nossos
pais, mas conosco - que hoje estamos todos aqui, vivos.' (Devarim 5:3)."
O Judaísmo não são os
milagres. É o testemunho da experiência pessoal de todo homem, mulher e criança.
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6. JUDEUS E GENTIOS
O Judaísmo não exige que
todos se convertam à religião. A Torá de Moshê é uma verdade para toda a
Humanidade, seja judia ou não. O Rei Salomão pediu a D'us para considerar as
preces de não-judeus que vão ao Templo Sagrado (Reis I, 8:41-43). O profeta
Yeshayáhu refere-se ao Templo Sagrado como uma "Casa para
todas as nações." O serviço no Templo durante Sucot realizava 70
oferendas de touros, correspondendo às 70 nações do mundo. De fato, o Talmud diz
que se os Romanos tivessem percebido quantos benefícios estavam conseguindo do
Templo, jamais o teriam destruído.
Os judeus nunca buscaram
ativamente converter as pessoas ao Judaísmo, porque a Torá prescreve um caminho
correto para que os gentios o sigam, conhecido como "As Sete Leis de Nôach."
Maimônides explica que qualquer ser humano que observe fielmente estas leis
morais básicas recebe um lugar apropriado no céu.
Para um estudo mais completo
sobre as Sete leis de Nôach
clique
aqui.
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7. TRAZENDO O MESSIAS
De fato, o mundo está
desesperadamente necessitado da Redenção Messiânica. A guerra e a poluição
ameaçam nosso planeta; o ego e a confusão estão erodindo a vida familiar. Na
mesma extensão em que estamos conscientes dos problemas da sociedade, é a
extensão em que ansiamos pela Redenção. Como declara o Talmud, uma das primeiras
perguntas que um judeu recebe no Dia do Julgamento é: "Você ansiou pela vinda do
Messias?"
Como podemos apressar a
vinda de Mashiach? A melhor maneira é amar
generosamente toda a humanidade, cumprir as mitsvot da Torá (da melhor maneira
que pudermos) e encorajar outros para que as cumpram também.
O
Mashiach pode chegar a qualquer momento e tudo depende de nossas ações.
D'us estará pronto quando estivermos. Pois, como disse o Rei David: "A
Redenção chegará hoje - se derem atenção à Sua voz."
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