Dizem que errar é humano, e não só os humanos erram, todos os seres vivos o fazem.  Mas o erro muitas vezes decorre de um descuido, outras vezes as pessoas erram seguindo paradigmas em lugares errados.

Eu estava colecionando frases sobre sexo, encontrei uma onde a pessoa disse que sexo é "prazeiroso".  Por curiosidade, escrevi essa palavra no Google, encontrei aproximadamente trinta e três mil resultados.  Escrevi a palavra correta, "prazeroso", encontrei trezentos e cinqüenta e quatro mil.   Quase dez por cento das vezes, as pessoas escreveram erroneamente.  Por que tanto erro?

Se a palavra primitiva é "prazer", e não "prazeir" por que tanta gente acrescenta esse "i" na derivada?

O fato de nossa língua conter muitas palavras com ditongos decrescentes leva as pessoas desavisadas a adicionar "i" ou "u" onde eles não existem.

Erro semelhante é a troca do "r" pelo "l".   Algumas pessoas, pensando estar falando mais corretamente do que as outras, chegam a dizer "galfo" em vez de "garfo" e outras aberrações afins.

A substituição do "o" pelo "u" é outra que se arraigou tanto na pronúncia brasileira, que constantemente a grafia de palavras muda em razão disso.  Exemplo é "lugar".  No século XIX ainda se escrevia "logar" (palavra derivada de "local"; mas a pronúncia errada se consagrou e hoje só temos registro da forma arcaica logar em textos antigos.   E é assim que todas a línguas mudam constantemente.

No passado tentaram explicar a existência de diversas línguas inventando castigos dos deuses - tudo que não tem explicação é atribuído a algum ser sobrenatural -.   Mas o castigo decorre sempre do próprio homem, que não presta muita atenção no que ouve e o transmite de forma errada.  E ainda fica criando seres sobrenaturais para justificar as próprias falhas.

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