"Quem crer e for
batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Marcos, 16:16).
E isso foi cumprido literalmente alguns séculos depois. O preocupante é
que, embora de modo mais ameno, isso esteja ocorrendo ainda hoje dentro de país dito
laico.
Embora os textos cristãos primitivos dissessem que tudo estaria a cargo de seu deus,
quando igreja cristã romana assumiu o poder político, quem não cresse no que eles
criam era mesmo condenado, não por um deus, ser imaginário, mas pelos homens que
se diziam representantes desse deus.
Não obstante a igreja romana
tenha perdido o domínio do mundo, suas colônias continuam condenando os que não
creem. Em nosso país, quem não crer nem fingir crer, está condenado
à exclusão política. Por isso, os candidatos viram cristãos,
e os que chegam ao poder criam leis que subsidiam igrejas e a chamada liberdade religiosa
está mais para imposição dos princípios determinados pelas religiões cristãs.
"Esse preconceito habita a política brasileira. É uma história de todos conhecida
a tergiversação de Fernando Henrique Cardoso diante da pergunta do jornalista
Boris Casoy, num debate entre os postulantes à Prefeitura de São Paulo em 1985,
sobre se ele seria ateu. 'Se não fosse, é óbvio que teria respondido, de modo
direto e claro, à pergunta; se tergiversou, é ateu' – certamente foi isso que
pensou algum eleitor. Nos anos seguintes, FHC visitou a Basílica de Nossa
Senhora Aparecida no dia da padroeira. Independentemente da crença, ou não, que
nutre ou nutria, em Deus, ele tinha de mostrar ao eleitorado que professava uma
religião." (Fonte: Ateus do Brasil)
José Serra, cuja esposa já fez aborto,
fez da criminalização do aborto, a sua
maior bandeira de campanha, uma vez que sabe bem que a soma de católicos e
protestantes é a maioria dos eleitores nesse nosso país, que insiste na
mentalidade de colônia católica portuguesa.
4 de outubro de 2007
- “Olha, eu acho que tem que haver
a descriminalização do aborto. Hoje, no Brasil, isso é um absurdo que
não haja a descriminalização.”
-
Em sabatina à Folha de S. Paulo
Dilma Rousseff, que já
havia declarado ser um absurdo o nosso país ainda não ter descriminalizado o
aborto, virou uma cristã antiabortista.
Embora a igreja romana
tenha perdido o domínio político do mundo, suas colônias continuam condenando os que não
creem. Em nosso país, quem não crer, nem fingir crer, está condenado
à reprovação nas urnas. Por isso, os candidatos sempre se tornam cristãos,
as leis subsidiam igrejas, e a chamada liberdade religiosa caminha para imposição
do cristianismo.