RESUMO TEOLÓGICO – POR QUE SER ATEU

- 15/12/2002 -

 

As conclusões resultantes da análise de vários textos bíblicos, diversos aspectos da vida, inúmeras teorias religiosas, etc., se tudo feito com imparcialidade, sem a intenção de defender esta ou aquela teoria, só nos leva cada vez para mais distante da fé. É o que o leitor pode perceber nos textos abaixo citados.

PORQUE DEUS – " Porque existe céu e inferno, deus! há, só não espero que o homem criou deus e o diabo". O autor do texto questiona o quanto há de coisas erradas nesse mundo, o que o impede de aceitar que tudo isso tenha sido feito por um ser onisciente. Ele começa a perceber que a obra divina é do homem.

“Se um Deus bondoso e infinitamente poderoso governa este mundo, como podemos justificar os ciclones, os terremotos, a pestilência e a fome? Como podemos justificar o câncer, os micróbios, a difteria e milhares de outras doenças que atacam durante a infância? Como podemos justificar as bestas selvagens que devoram seres humanos e as serpentes cujas mordidas são letais? Como podemos justificar um mundo onde a vida alimenta-se da vida? Será que os bicos, garras, dentes e presas foram inventados e produzidos pela infinita misericórdia? A bondade infinita deu asas às águias para que suas presas fugazes pudessem ser arrebatadas? A bondade infinita criou os animais de rapina com a intenção de que eles devorassem os fracos e os desamparados? A bondade infinita criou as inumeráveis criaturas inúteis que se reproduzem dentro de outros seres e se alimentam de sua carne? A sabedoria infinita produziu intencionalmente os seres microscópicos que se alimentam do nervo óptico? Pense na idéia de cegar um homem para satisfazer o apetite de um micróbio! Pense na vida alimentando-se da própria vida! Pense nas vítimas! Pense no Niagara de sangue derramando-se no precipício da crueldade!" (Robert Green Ingersoll, 11 de agosto de 1833 – 21 de julho de 1899, líder político estadunidense)

OS NÚMEROS DA INTELERÂNCIA "Olhando para aqueles dados, só posso concluir que Deus foi uma criação da mente humana sem nunca ter passado de uma ficção, embora tentemos nos convencer de sua real existência".

DA CRIAÇÃO AO DILÚVIO O GRANDE TROPEÇO - Como em relação a alguns outros relatos bíblicos, a interpretação religiosa do relato da criação ao dilúvio revela que grande parte dos religiosos já admitem que a Bíblia não é a pura palavra divina, embora ainda creiam que Deus exista. Essa admissão ocorre em razão de não verem mais como contestar as provas científicas.

O ARCO-ÍRIS – O escritor bíblico, como todos à época, não entendia as peculiaridades do fenômeno, o que tornou muito convincente a afirmação de ser ele um sinal de promessa de Deus ao homem.

A TORRE DE BABEL E ALTERAÇÃO DA LÍNGUA – O homem primitivo criou a lenda para explicar um fenômeno social hoje de fácil explicação, mas que nos seus dias era uma incógnita. Hoje não é difícil entender que a língua se modifica naturalmente.

O MESSIAS DE BELÉM NUNCA EXISTIU, NEM PODERÁ EXISTIR – Os profetas prediziam um ungido que livraria seu povo do jugo dos assírios, e ele não existiu. Mas os evangelistas utilizaram vários textos relativos a outras coisas, adaptando-os ao Jesus de Nazaré, e conseguiram convencer o mundo disso. Ele, Jesus, foi um dos pretensos salvadores do seu povo, mas, como sua doutrina se referia a um reino divino, tornou-se um salvador espiritual, em vez derrotar os romanos, ainda que o profeta o tivesse previsto para derrotar a Assíria, que já se acabara muitos séculos antes de Jesus.

UM MUNDO QUADRADO - A FÉ QUE MATA – A forma como imaginavam o mundo (um mundo semelhante a um disco a flutuar sobre águas, e, posteriormente, um mundo plano e quadrado) não deixa dúvida de que não havia nenhum ser onisciente orientando as palavras dos escritores bíblicos. A insistência na defesa dessa visão primitiva só resultou atraso e destruição de várias vidas importantes.

A PROMESSA DIVINA E OS FATOS – Comparando-se as promessas de Jeová com os fatos, pode-se notar que a realidade é totalmente diferente do que se crê.

CRONOLOGIA DO FIM DO MUNDO - Se fosse alguma verdade o que se predisse, eu, você, ou qualquer outro que tenha a oportunidade de ler estes textos não teria existido. Nosso mundo “cheio de pecado”, como dizem, já estaria extinto haveria séculos.

AS ESTRELAS NÃO CAÍRAM PELA TERRA – Está escrito que foi o próprio Cristo que prometeu que, “logo apos” a tribulação resultante do cerco e destruição de Jerusalém e dispersão dos judeus, as estrelas cairiam do firmamento e ele retornaria à Terra. Tudo passou há muito tempo; as estrelas não caíram, como não há como cair mesmo. Não há, portanto, como esperar o que viria em seguida.

A INCONSISTÊNCIA DOS CHAMADOS CASTIGOS DIVINOS – O que se diz sobre castigos divinos está dissociado de qualquer lógica. Os desastres não escolhem entre culpados e inocentes.

ENXERGAMOS O QUE SOMOS ENSINADOS A ENXERGAR - Isso explica a continuidade da existência de tantas pessoas ainda crendo nessas idéias arcaicas.

O CRIADOR QUE O HOMEM CRIOU PERMANCE VIVO – O homem imaginou um criador para todas as coisas, e essa idéia prevaleceu nas mentes humanas, apesar das provas científicas atuais contra muito do que está escrito dito divino.

O PODER DO PENSAMENTO PRIMITIVO – O que se imaginou no passado foi transmitido a gerações sucessivas, sem nenhum questionamento, chegando aos nossos dias como sendo realidade entre a maioria das pessoas.

O HOMEM CRIOU DEUS À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA – O homem imaginou um ser onisciente e onipotente, mas lhe atribuiu qualidades falhas como suas próprias.

ALTERNATIVAS CONTRA A MORTE – Ressurreição, reencarnação, imortalidade da alma, todas as três parece serem produtos do desejo humano de vencer a morte.

VIDA E MORTE NÃO TÊM CLICOS – Essa é a conclusão a que se pode chegar com uma análise cuidadosa, mais científica.

EM NOME DA FÉ - Pela fé os povos exageram em suas crenças, destruindo tudo que podem para se sobreporem aos outros. Pregam a paz e fazem a guerra.

BARBARIDADES DOS DEUSES – Os feitos divinos são atos brutais, injustos, porque eles são produtos de mentes bárbaras, com conceitos muito tacanhos do que seja justiça. Deuses são idealizados por pessoas muito primitivas.

DEUS E O BARBEIRO – Mesmo autores modernos continuam equiparando seus deuses a si próprios, embora os considerem onipotentes e oniscientes.

TENTANDO PROVAR QUE DEUS EXISTA – Tendemos a fazer tudo para defender as idéias que nos foram induzidas pelos nossos mentores. Assim, os teístas tentam a todo modo provar que seus deuses são reais. Se não têm provas materiais, criam silogismos para convencer as pessoas de sua existência.

GÊNESIS - CAPÍTULO ÚNICO - O conhecimento cosmológico moderno revela algo do passado diferente do que imaginaram os criadores de deuses.

Esse conjunto de provas das falhas humanas em relação às divindades que pregam revelam um universo imaginário incompatível com o pouco que se sabe hoje sobre o universo real.


CONCLUSÃO

Se a análise dos textos bíblicos nos mostra as idéias retrógradas dos homens da época, nada de sobrenatural;
Se muitos relatos bíblicos são nada mais do que lendas totalmente dissociadas da realidade física e da lógica;
Se, a própria Bíblia mostra que o surgimento da religião cristã se baseou na distorção do sentido dos textos do Velho Testamento utilizados para apontar o Jesus de Nazaré como o ungido salvador de que falaram os profetas;
Se a forma como os escritores bíblicos descreviam o mundo (geocentrismo, mundo plano flutuando sobre as águas e mundo quadrado) não deixa dúvida de que não havia nenhum ser onisciente orientando as suas palavras;
Se os cálculos interpretativos colocaram o fim do mundo para ocorrer por volta do século XIII ou XIV da nossa época, e o mundo continua naturalmente;
Se, como se escreveu, o próprio Cristo afirmara que, logo após a tribulação resultando do cerco e destruição de Jerusalém, as estrelas cairiam do firmamento e depois em retornaria à Terra;
Se o que se diz sobre castigos divinos está dissociado de qualquer lógica;
Só nos resta ver que:
“Enxergamos o que somos ensinados a enxergar”, o que explica a continuidade da existência de tantas pessoas ainda crendo nessas idéias arcaicas;
A origem das religiões está na incompreensão das coisas pelo homem primitivo, cujo pensamento prevalece até hoje, apesar das descobertas científicas;
“O homem criou deus à sua imagem” e arranjou “alternativas contra a morte”; porém tudo aponta que “vida e morte não têm ciclos”. E os “testemunhos da fé” só revelam as “barbaridades dos deuses”, que são produtos de mentes bárbaras.
Assim, não vejo qualquer base para aceitar a crença na existência do divino.

 

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