A ROTINA, O PESADELO E O DESPERTAR PARA A VIDA

12/08/2007

– “Estou cansada de trabalhar e ver todos os dias as mesmas pessoas no caminho; passar horas trabalhando.
Chego em casa e meu marido sempre do mesmo jeito, com a mesma disposição, a mesma comida para o jantar.  Entro no banho e logo ele começa a reclamar.
Quero descansar e assistir minha novela, mas meus filhos não me deixam, porque querem brincar comigo e conversar. Não entendem que estou cansada.
Meus pais também me irritam algumas vezes e entre trabalho, marido, filhos, pais e cuidar da casa, eles me deixam louca. “Quero Paz”.
A única coisa boa é dorm
ir.
Ao fechar os olhos sinto um grande alívio, me esqueço de tudo e de todos”.

Ao dormir…
-“Olá, vim te ajudar”.

– “Quem é você? Como entrou?”

-“Sou um servo de Deus. Ele disse que ouviu suas queixas e que você tem razão”.

– “Isso não é possível, para isso eu teria que estar…”

-“Isso, você está. Não se preocupará mais em ver sempre as mesmas pessoas, nem por agüentar o seu marido com suas reclamações e sua disposição, nem seus filhos que te irritam, nem terá que escutar os conselhos de seus pais e não terá mais qualquer casa para cuidar.”

– “Mas… Que acontecerá com todos? Com meu trabalho? Minha casa?”

-“Não se preocupe. No seu trabalho já contrataram outra pessoa para o seu lugar e ela certamente está muito feliz porque estava sem trabalho”.

– “E meu marido, meus filhos?”

– “Ao seu marido foi dado uma boa mulher que o quer bem, o respeita e o admira por suas qualidades, aceita seus gostos e defeitos e todas as suas reclamações. Além disso, ela se preocupa com seus filhos como se fossem filhos dela. De certo, tem uma emoção muito grande já que é estéril.  Por mais cansada que chegue do trabalho, dedica tempo a brincar com eles e para agradar seu marido. Todos estão muito felizes”.

”Mas não quero isso!”

– “Sinto muito, a decisão foi tomada”.

-Mas isso significa que jamais voltarei a beijar os rostinhos dos meus filhos, nem dizer “eu te amo” ao meu marido e mostrar a eles o quanto são importantes na minha vida, nem dar um abraço nos meus pais…
-Não, não quero morrer, quero viver, envelhecer junto ao meu marido, fazer a viagem que há muito planejamos, colocar aquela roupa que comprei há mais de 1 ano, levar meus filhos ao passeio que sempre prometi. Não quero morrer ainda…”

– “ Mas era o que você queria… Descansar.
Agora já tem seu descanso eterno, durma para sempre”.

– “Não, não quero, POR FAVOR, DEUS!…”

-….. ‘Que aconteceu, amor? Teve um pesadelo?’ Disse o marido  acordando-a com paciência e carinhosamente.

Sim, um pesadelo horriv…“.

Parou a frase ao meio, olhou em seu rosto, seu semblante preocupado com ela, ali ao lado dela, e então, sorrindo falou:
– “Não, meu amor…. não tive pesadelo nenhum, tive um encontro com Deus, que acaba de me dar uma nova oportunidade…”.
(Autor desconhecido).

Muitas pessoas, a maioria, só percebem o valor de tudo que têm, quando o perdem.

Nada melhor do que um pesadelo como o referido acima para fazer as pessoas sentirem o quanto são muitas vezes insensíveis e não desfrutam do que está ao seu alcance.

Todo o ocorrido não foi nada de sobrenatural, ocorrendo apenas dentro da cabeça dessa mulher, que pensou ter-se encontrado com seu amigo imaginário eleito.  Mas o pesadelo foi produtivo.   Ela percebeu o quanto tinha, quando imaginou ter perdido tudo.
 

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