TERCEIRA GUERRA MUNDIAL: ESTADO
ISLÂMICO CONTRA O MUNDO
Agora, está parecendo inevitável a
terceira guerra mundial. É o Estado Islâmico contra o mundo. E, se o
mundo não se unir, será um adversário muito mais poderoso do Adolf Hitler.
“Sucesso” do Estado islâmico está
ligado a profecias do apocalipse
Teologia muçulmana sunita impulsiona os esforços de recrutamento
por Jarbas Aragão
Estudiosos do islamismo afirmam que o “sucesso” do Estado Islâmico (EI) não está
no uso que fazem das mídias sociais nem seus vídeos chocantes. Contando com uma
rede de voluntários e simpatizantes que se espalha por boa parte do mundo,
o
grupo terrorista liderado por Abu Bakr al-Baghdadi acredita que está vivendo o
cumprimento de profecias do Apocalipse.
Semelhantemente a teologia cristã, o islamismo também possui uma versão sobre o
final do mundo. Esse é o motivo pelo qual o EI conquistou a cidade síria de
Dabiq e batizou com esse nome sua revista eletrônica.
Os líderes do Estado Islâmico, que já conquistaram partes da Síria e do Iraque,
insistem que estão se preparando para a “batalha final” entre o bem e o mal, que
contará inclusive com Jesus Cristo voltando a Terra para se juntar a sua causa.
Analistas dizem que os ensinamentos originais da Al Qaeda comandada por Osama
bin Laden também usava esse argumento, mas não com a mesma intensidade. A
questão é tão séria que tem influenciado serviços de inteligência
norte-americanos e europeus.
Em alguns de seus discursos, al-Baghdadi tenta convencer seus seguidores que o
apocalipse já começou e eles são os guerreiros de Alá – termo árabe para Deus.
Sendo assim, fica mais fácil entender por que tantos soldados tem se disposto a
morrer nessa jihad – guerra santa.
William McCants, do Centro Brookings para Política do Oriente Médio, afirma que
“o próprio estabelecimento do Estado islâmico é baseado em sua interpretação de
quando o fim dos tempos iria ocorrer”. Atualmente, ele escreve um livro sobre a
obsessão do EI com tais profecias.
McCants explica que as previsões apocalípticas não vêm do Alcorão, mas da
literatura religiosa conhecida como o Hadith, uma compilação de ensinamentos
atribuídos ao profeta Maomé por seus seguidores mais de cem anos após sua morte.
A volta da decapitação como forma de punição dos inimigos e a inauguração de um
califado é apenas alguns dos vários acontecimentos que o Hadith aponta como
início do fim do mundo. A ideia é que o Islã estaria se fortalecendo ao retomar
as práticas dos tempos de sua fundação por Maomé. Também ensina que o Apocalipse
será anunciado pela guerra em Damasco, capital da Síria, de um “anticristo”,
chamado pelo Islã de ad-Dajjal.
As profecias afirmam que esse ad-Dajjal governará num momento em que a
homossexualidade e a imoralidade se tornarem regra no mundo. Ele irá dividir os
muçulmanos em uma grande guerra até que ser derrotado após o surgimento de uma
figura messiânica chamada de “Madhi”. Esse poderoso guerreiro se levantará na
Arábia Saudita, na cidade sagrada de Meca, onde reunirá seu exército. Receberá
então o apoio de Jesus Cristo que, segundo o Hadith, aparecerá “em algum momento
durante o final dos dias”.
William McCants afirma que os muçulmanos que estarão ao lado do
Madhi vencerão
uma “grande batalha” contra os que foram enganados por ad-Dajjal.
Passará então
a
governar o mundo
até o grande dia do julgamento, previsto para ocorrer depois
da “batalha final”, que terá lugar na cidade síria de Dabiq.
Assim como as profecias judaico-cristãs do Apocalipse, as palavras da Hadith
estão sujeitas a interpretações diferentes. Por isso, os radicais muçulmanos
xiitas, atualmente combatem o exército de al-Baghdadi. Para McCants,
tudo
depende da convicção de quem “está lutando do lado do bem e quem está lutando do
lado do mal.”
Ferramenta de recrutamento
De acordo com Jean-Pierre Filiu, especialista em previsões apocalípticas do
Islã, “É óbvio que o momento apocalíptico é a chave para atrair voluntários
prontos para lutar na Última Batalha”. Autor do livro “Apocalipse no Islã”
(2008), Filiu reitera que a forma como o Estado Islâmico atrai tantas pessoas
para combater na Síria e no Iraque mostra que
existe uma convicção que está
“será uma guerra muito mais importante e gratificante que todas as outras
travadas durante a história islâmica.”
Os estudiosos acreditam que hoje em dia seja difícil encontrar um jihadista
sunita ou xiita que não esteja “obcecado” com o cenário apocalíptico. Afinal, os
dois grupos tem sua própria expectativa de figura messiânica que surgirá nos
últimos dias.
Em entrevista à agência Reuters, um libanês xiita de 27 anos que combate na
Síria, mostra essa convicção. “Mesmo que eu seja martirizado agora, quando ele
[o Mahdi] aparecer, serei ressuscitado para lutar contra o exército inimigo”.
Do lado sunita, um soldado afirmou que
os jihadistas estão se multiplicando em
lugares tão distantes quanto Rússia, China e Estados Unidos, porque “foi isso
que o Profeta disse e prometeu. A grande batalha já está acontecendo.” Com
informações Washington Times.
A espera cristã da volta de Jesus não
oferece perigo, porque eles esperam pacificamente o aparecimento do salvador nas
nuvens dos céus. O apocalipse islâmico, por seu lado,
é a mais grave
ameaça a todo mundo, porque eles não esperam ação divina, eles agem e com a
maior violência possível. Grupo que faz terrorismo acreditando ser
determinação divina é o pior que se pode imaginar em matéria de guerra.
Não é o fim do mundo, mas o fim da liberdade, se não se unirem todos os países
do mundo na guerra em defesa da paz.
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