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O TERCEIRO (OU QUARTO?) MANDAMENTO:
GUARDA O DIA DE SÁBADO
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23/02/2003 -
“Guarda o dia do sábado, para o
santificar, como te ordenou o senhor teu Deus; seis dias trabalharás, e farás
todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; nesse dia
não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo,
nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o
estrangeiro que está dentro das tuas portas; para que o teu servo e a tua serva
descansem assim como tu. Lembra-te de que foste servo na terra do Egito, e que o
Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor
teu Deus te ordenou que guardasses o dia do sábado” (Deuteronômio, 5: 12-15).
Os hebreus criam haver escapado do
cativeiro egípcio por obra da mão poderosa de Javé.
Está escrito que, pouco depois de adentrarem o deserto, foi determinado o
seguinte: “Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, sábado santo ao
Senhor; o que quiserdes assar ao forno, assai-o, e o que quiserdes cozer em
água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde-o de lado para vós,
guardando-o para amanhã” (Deuteronômio, 16: 23). Esta foi a primeira
determinação para se guardar o dia de sábado. Não encontramos tal mandamento em
toda a história dos patriarcas antes do êxodo. Apenas o primeiro relato da criação afirma
que o criador descansara do sétimo dia e o santificara. Mas a vida do povo
hebreu não era contemplada com um dia de repouso até o êxodo.
A razão da instituição do dia de
repouso, como está escrito aí, é o livramento do cativeiro:
"Lembra-te de que
foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão
forte e braço estendido; pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o
dia do sábado”. No livro de Êxodo, a razão é outra. Mas o que se observa na
história patriarcal é a instituição do dia sagrado no êxodo.
O hebreu, dali em diante, teria que
santificar o sétimo dia, e nem seu animal poderia trabalhar.
Historicamente, a semana foi
criação dos sacerdotes caldeus em honra aos sete astros do sistema solar que
eles distinguiam dos demais: Sol, Lua, Marte, Mercúrio,
Júpiter, Vênus e
Saturno. Felizmente não conseguiram detectar Urano, Netuno e Plutão. Se o
tivessem feito, teríamos que trabalhar mais entre um repouso e outro, tendo uma
“demana” em vez da “semana”. Os hebreus adotaram a semana, mas, como monoteísta,
rejeitavam a homenagem aos astros, criando, por isso, o mito dos sete dias da
criação do universo. Para maiores detalhes, veja
O NOSSO BOM FIM DE SEMANA.
Em lugar do sábado, a Igreja
Católica determina “guardar os domingos e dias santos”. A explicação dada é de
que o sábado foi substituído pelo domingo por ter Jesus Cristo ressuscitado
nesse dia. Pelo novo testamento, nota-se que essa mudança não se realizou nos
dias primitivos do Cristianismo. O que vemos é uma liberação da observação da
guarda do dia de sábado: “Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber,
ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados” (Colossenses,
2:16). Essa instituição do domingo foi bem posterior.
Segundo analistas do texto bíblico,
o Pentateuco foi obra de vários escribas, razão das diversas contradições
existentes, entre elas a origem do sábado. No mandamento encontrado em Êxodo 20,
o sábado seria comemoração do repouso de Yavé ao terminar a obra da criação, nos
termos do primeiro capítulo do Gênesis e dos versículos 1-3 do segundo capítulo.
Todavia, em Deuteronômio, que pode ter sido escrito pelo mesmo escriba que conta
a estória da criação a partir do versículo quatro do segundo capítulo do
Gênesis, já o sábado é originário da saída do povo israelita do Egito, o que
seria mais condizente com a história patriarcal, que, fora o primeiro conto da
criação, nunca menciona o sábado.
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