UMA TAÇA DE VINHO POR DIA
Pesquisador aconselha a tomar uma taça por dia durante as refeições
Roberto Soares de Moura explica também que é sempre bom tomar a bebida sempre
junto às refeições e que gestante e pessoas com tendência ao alcoolismo e com
problemas gastrointestinais devem evitar o vinho.
Hélter Duarte
Os vinhos do Nordeste já estão sendo premiados pela qualidade. Mas é muito
importante lembrar sempre: vinho é uma bebida alcoólica. Então, é preciso
moderação e consciência.
“Sempre junto às refeições e uma ou duas taças de vinho, não mais do que isso.
As pessoas que devem evitar o consumo de vinho são gestantes, pessoas com
tendência para o alcoolismo, pessoas com problemas com dor de cabeça, cefaléia,
tonteiras e pessoas que têm problemas gastrointestinais. Tudo em excesso faz mal
na nossa vida, inclusive o vinho”, destaca o pesquisador Roberto Soares de
Moura, da Faperj/UERJ.
Moderação e constância: há 25 anos é assim. O engenheiro Ivan Carlos Regina toma
uma ou duas taças de vinho tinto no jantar. Tem o perfil ideal para participar
de mais uma pesquisa do Instituto do Coração (InCor).
“Eu entrei na internet e vi que estavam cadastrando pessoas com o perfil do meu
pai que tomassem vinho há muito tempo e que tivessem a faixa de idade dele.
Achei isso bastante difícil e falei: ‘pai, essa é a sua cara. Beijos e vai ver o
que é’”, conta a nutricionista Amanda Buonavoglia.
E Ivan foi mesmo. Passou por uma bateria de exames sofisticados. Os médicos
investigaram até a parte psicológica. O engenheiro é um dos 200 participantes da
pesquisa. Ao todo, 100 bebem vinho com frequência e 100 que não tomam bebida
alcoólica de jeito nenhum.
A pesquisa partiu de uma curiosidade. “Será que o bebedor crônico de vinho é
biologicamente mais jovem? Estamos mais da metade do estudo. Hoje, fizemos o
caso 139. Nós precisamos chegar ao fim para tentar esclarecer se no homem de
fato o vinho tem o efeito benéfico ou não”, aponta o pesquisador Protásio Lemos
da Luz, do InCor.
Com ratos, o resultado foi muito interessante. Os animais que tomaram vinho não
viveram além do esperado, mas ganharam mais disposição e vigor. “Peso adequado,
exercício, não fumar, ter uma dieta correta: tudo isso entra. Não é só sair
tomando vinho”, destaca Protásio.
Ivan Carlos Regina descobriu o bom vinho por acaso, em um leilão de importados
da Receita Federal. “O mais engraçado é que eu tomava vinho em copo de
requeijão, de qualquer jeito. Eu não conhecia nada. Mas eu falei: ‘isso aqui é
bom’. E comecei a pesquisar com livros. E a importação era muito restrita
naquele tempo no Brasil”, conta o engenheiro.
Ivan já escreveu dois livros sobre o assunto. Em casa, ele montou uma pequena
adega que faz questão de apresentar, orgulhoso de algumas preciosidades.
Falando em saúde, Ivan teve uma ótima notícia no Instituto do Coração. “Tem uma
plaquinha muito pequenininha. Deu quatro no score de cálcio. É praticamente
nada. Ele está bem, está melhor do que a média. Ele está muito saudável”,
informa o professor Carlos Eduardo Rochitte, do InCor.
(Globo Reporter,Edição do
dia 17/12/2010)
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SAÚDE