O projeto evangélico de poder, que é uma grande ameaça aos direitos humanos, vem também, acreditem, dos Estados Unidos. Todas essas igrejas unidas na extrema direita ameaçam fazer um estrago gigantesco com uma ditadura religiosa.
Na minha infância, quase cem por cento das crianças brasileiras, antes de aprenderem a falar, já recebiam aquele primeiro sacramento, que não era um batismo no verdadeiro sentido da palavra, mas praticamente ninguém sabia disso. Mais de noventa e cinco por cento dos brasileiros eram católicos. Outras religiões cristãs eram vistas com reservas por todas as partes; e religiões de matriz africana tinham suas divindades consideradas versões mais enganosas de Satanás, aquele agente do mal que os judeus conheceram lá no tempo do exílio medo-persa, mas que hoje é o lado do mal no mundo inteiro, porque se tornou importante no Cristianismo e no Islamismo.
No período da ditadura, regime esse também implantado pelos Estados Unidos em várias repúblicas latino-americanas, evangelizadores americanos começaram a invadir o nosso país e fazer discípulos para dominar a política brasileira e das nações vizinhas. Católicos ou evangélicos, os temíveis militares já tinham o lema fascista “deus pátria e família”.
No fim da Ditadura Militar, já havia uma considerável parcela da população migrando do catolicismo para igrejas das chamadas protestantes.
No século 21, aliados aos políticos da direita, os chamados evangélicos foram entrando rapidamente nos poderes executivo e legislativo, com menos força no judiciário, mas minando-o aos poucos também.
Passado a primeira década do século 21, já havia previsão de os evangélicos serem a metade da população brasileira, o que foi um tanto estancado graças à maior informação vinda com internet por meio das redes sociais.
A grande ameaça que paira sobre o país é a grande riqueza que essas igrejas conseguiram tirando muito do pouco dos pobres, mais ainda daqueles mais desinformados, o que tem possibilitado investimentos bilionários para dominar os meios de comunicação, facilitando o domínio do meio político. Pois o que se observa, como agravamento dessa ameaça, é que hoje até as big techs vêem vantagem em apoiar a direita e as igrejas, dando mais visibilidade a páginas e postagens delas nas redes sociais.
Apesar do grande avanço da informação em todos os campos da ciência e das relações humanas, o que nos ameaça é o crescimento da desinformação, que tem sido mais atraente do que a realidade. O risco de uma ditadura religiosa nos moldes islâmicos com evangélicos no poder ainda é muito grande. Pois as igrejas são a maior ameaça à liberdade de pensamento e expressão. Favorecem as escolas privadas em detrimento das públicas, para manter os mais pobres não ignorância, o que é uma garantia de fidelidade ao que eles pregam. Escapamos por pouco do desastre que viria no caso da reeleição de Bolsonaro, mas o risco que representa a direita dominante do nosso Congresso ainda é muito grande.
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