RESSURREIÇÃO EXISTE, OU NÃO?

"Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.
E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação." 
(João 5:28,29)
"Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir." 
(Jó 7:9)

Por que a contradição?

"E deu-lhe o poder de também exercer o juízo, porque é o Filho do homem.
Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.
E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação." 
(João 5:27-29)
"Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir." 
(Jó 7:9).

Quando foi escrito o livro de Jó, os judeus ainda não haviam assimilado a crença em ressurreição.   Lendo a história dos patriarcas no Gênesis e  todo o conteúdo do Êxodo,  não encontramos nenhuma promessa de ressurreição a quaisquer dos homens escolhidos de Yavé.   E as promessas de Yavé eram longa vida e ir-se bem na terra prometida, como se vê no terceiro mandamento contido nas duas tábuas do testemunho.

Lendo o profeta Isaías, vemos que podemos descartar aquela informação: “Visão de Isaías, filho de Amós, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de Judá.” (Isaías 1:1).   Observando seu conteúdo, percebemos que uma parte pode ter sido escrita ainda no período de domínio assírio, mas o restante foi escrito dentro do cativeiro babilônico.   E o livro chega a falar de ressurreição, mas não uma ressurreição de bons e maus, “uns para vida eterna e outros para morte e desprezo eterno” como aparece no final do livro de Daniel.

As duas referências são:

Os falecidos não tornarão a viver; os mortos não ressuscitarão; por isso os visitaste e destruíste, e fizeste perecer toda a sua memória” (Isaias, 26: 14). Os teus mortos viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás cair” (Isaias, 26: 19).  Ao se referir a Israel, fala que “teus mortos ressuscitarão” e, ao se referir aos inimigos, diz “os mortos não ressuscitarão”. Se o autor dessas palavras já cria que os hebreus fossem ressuscitar, ainda não cria em ressurreição dos maus, achava que os outros povos não teriam ressurreição.

No último capítulo, o 65, o livro fala da queda de Babilônia e prevê o domínio judaico com a nova Jerusalém, após o que nunca mais os judeus seria molestados por gentios; mas nada de ressurreição, apenas longas vidas.   Essa parte pode ter sido escrito logo após a queda daquele império, quando os judeus estavam pensando que iriam restabelecer o reino e dominar o mundo.   Aquela ressurreição de “uns para vida eterna e outros para morte e desprezo eterno” (Daniel, 12: 2) deve ter sido incorporada já no domínio medo-persa.  Pois o livro de Daniel, se não todo, tem pelo pelos a parte final escrita após a vitória dos macabeus, quando já fazia a previsão “E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.” (Daniel, 7: 27), previsão essa que falhou da mesma forma que todas as outras.

Observando esse pedaço da história dos judeus, não nos resta dúvida de que a contradição entre Jesus e Jó decorre do fato de o livro de Jó ter sido escrito em uma época em que os judeus ainda não tinham a crença da ressurreição, que não vem de Yavé como se crê, mas do pensamento do povo persa.    Se existisse ressurreição e o deus que a teria prometido, esse deus o teria feito desde os primeiros contatos com seus primeiros homens escolhidos, não teria deixado para falar dela só depois que os judeus conviveram com os persas.

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