– 16/03/2003 –
Nunca acreditei no fim do mundo, mas agora vejo um claro sinal do fim. Vejam a seqüência abaixo, e você também poderá chegar à conclusão de que o fim é iminente: a morte da esperança.
Diziam por aí que Lula era a última esperança do trabalhador brasileiro. Dizem que a esperança é a última que morre. O seu governo mal começou, já estamos vendo a esperança em coma.
Parecia difícil suportar chegar até o final do governo de FHC para ver o fim dos juros extorsivos, dos arrochos salariais, da contínua elevação da carga tributária, da submissão às ordens do FMI, enfim de uma série de injustiças que o Lula prometia eliminar.
O Lula chegou lá, mas as coisas não chegaram, continuam sua marcha:
1 – os juros, que antes eram sustentação do capital expeculativo, já foram elevados um pouco mais, porque isso agora é necessário para conter o avanço inflacionário; os salários não poderão ser reajustados, porque causam inflação;
2 – a faixa de isenção do imposto de renda não pode ser corrigida, porque resulta em perda de arrecadação;
3 – a previdência precisa ser privatizada, porque o FHC não deixou mais nada para ser entregue aos banqueiros.
A última esperança estava na vitória do Lula. O Lula ganhou para manter o programa de FHC. Não há outro em quem depositar esperança. Dizem que a esperança é a última que morre. A última esperança parece estar morrendo. Então deve ser o fim do mundo.