Em 2018, quando a onde de privatizações estava muito intensa, achei por bem escrever este texto sobre o possível futuro.
Veja muita gente maldizendo porque uma parte da alta carga tributária que pagamos vai para ajuda aos miseráveis, outra vai para a saúde pública, outra para a educação pública, que está um tanto sucateada mas ainda é melhor do que nada, um pouco vai para incentivo ao esporte, à cultura, e nós é que pagamos por isso; que isso deve acabar.
Sim, eu que pago até 27% de IR e outros tributos embutidos em tudo que uso, estou contribuindo também com essa esmola aos necessitados. Mas não acho que as coisas estariam melhor se acabássemos com tudo isso e todos, desde os mais ricos até os mais pobres tivesse que pagar mensalidades escolares e consultas médicas.
Eu pude pagar faculdade cara para a minha filha. Mas, se não houvesse as precárias escolas públicas, eu poderia ser mais um trabalhador analfabeto e não estar hoje contribuindo com as riquezas de muitas empresas e do estado também. E, como eu, muitos que hoje são bons contribuintes estariam sobrevivendo precariamente, e a arrecadação tributária não deveria estar dando nem para manter um aparato policial, que é imprescindível para amenizar um pouco os crimes.
Não existisse o nosso ruim serviço de saúde, mas só os grandes hospitais privados e os nossos dispendiosos planos de saúde, acham que as camadas mais pobres da sociedade iriam vacinar seus filhos prevenindo diversas doenças e conseguir dar-lhes um devido acompanhamento médico? Acham vocês que doenças contagiosas não iriam grassar epidemicamente por toda parte?
Falemos agora do incentivo aos esportes, que nem é tão importante quanto a saúde e a educação pública. Já pensou se o Neymar, em vez de estar milionário correndo e caindo pelos estádios, estivesse correndo pelas ruas e becos do Rio de Janeiro com um fuzil na mão?
Aquela mísera ajuda aos pobres chamada bolsa-família pode ter ajudado muitos a começar a se levantar da miséria e ver a possibilidade de superar outras pessoas e alcançar sucesso na vida. E esses podem hoje estar contribuindo um pouco para que outros possam ser ajudados no futuro. Todavia, a tendência que vemos atualmente é cada vez mais o público ser substituído pelo privado.
E, agora, a entrega de riquezas do país nas mãos de estrangeiros? Com certeza os altos cargos nas empresas exploradoras serão ocupados por pessoas bem preparadas vindas de lá, e o que sobrará para alguns do nosso povo será o trabalho duro e mais mal remunerado, além de o lucro ir para fora, e umas tantas desonerações tributárias trazerem mais prejuízo para o país. Não é esse o país que eu quero para o futuro.
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