Quando avisamos que crenças envenenam as mentes e despertam todo ódio que existe dentro das pessoas, muitos acham que estamos exagerando; mas os fatos confirmam o que dizemos.
A cena aí retratada mostra o ódio e o desprezo que os judeus têm pelos palestinos. Mas não seria para menos:
Nos dias de Josias, ouvindo a leitura do livro encontrado na reforma do templo, os judeus acreditaram que esse deus que adoram ordenara que eles matasse os povos dessa região e se apossassem das terras.
Segundo Miqueias (cap 5: 2-15), um rei judeu destronaria a Assíria, o império dominante da época, e repatriaria os israelitas, que estavam no exílio.
Contrariamente à previsão de Miquéias, os fatos frustraram irreparavelmente essa promessa, quando Josias foi morto em batalha pelo faraó Necau, e quem ditou as coisas em Judá desde então foi o Egito (II Reis, 23: 29, 30, 33-36; 24: 7-14). Talvez a profecia tenha sido criada nos dias em que o rei da Assíria destruiu várias cidades de Judá e impôs aos judeus pesado tributo. Entretanto, em vez de um judeu nascido em “Belém” libertar Judá, repatriar Israel e formar aquele reino inabalável, nem houve quem salvasse Israel, e Judá caiu sob os jugos egípcio e assírio. A profecia não se cumpriu, mas o povo ainda continuou pensando que um dia viria esse salvador.
A assíria perdeu seu poder, mas não foi derrotada por um filho de Belém, e sim pelo rei de Babilônia. A situação piorou para os dois reinos, que nem mais tiveram reis, caindo a promessa de o trono de Davi permanecer “para sempre”, ainda que seu povo descumprisse o pacto de Yavé (Salmos, 89: 20-37).
Mas eles nem entenderam; continuaram acreditando nas outras promessas que foram surgindo: Nova Jerusalém após a queda de Babilônia (Isaías, 65: 19 diz: “e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor“); o domínio do mundo após a vitória dos macabeus (Daniel, 7: 27 diz: “E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão“); o “dia do senhor”, que, alguns profetas posteriores, deveria vir nos dias do império romano, e assim por diante.
Expulsos da terra pelos romanos, não perderam a fé; continuaram crendo que um dia surgiria o libertador, o “Mashiach”.
Como depois de muitos séculos ganharam um pedacinho da terra por decisão das nações unidas, revigoraram a fé acreditando que estava próximo aquele domínio do Oriente Médio.
Como os vizinhos muçulmanos não aceitaram, a guerra santa, a guerra eterna começou.
Agora, quando imaginavam que poderiam ter paz, aparece o Hamas, e tudo se desfaz. Aí, o ódio contra as atrocidades do Hamas se estende a todos os palestinos, e eles são capazes de, tão insensivelmente, provocar com esse churrasco ao lado dos famintos palestinos. E a guerra continua, porque tanto judeus quanto muçulmanos acham que têm o dever de destruir os inimigos.
Ver mais MALEFÍCIOS DA RELIGIÃO