MORRE SENADOR QUE CRITICAVA A PREVENÇÃO DA COVID-19


Senador morto por covid-19 questionou “vírus chinês” e criticou isolamento
Colaboração para o UOL 22/10/2020 08h01

Atualizada em 22/10/2020 15h26


Arolde Oliveira (PSD-RJ), senador que morreu ontem por causa de complicações causadas por covid-19, costumava questionar a gravidade do novo coronavírus.


Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele defendia o uso da cloroquina e criticava a prática do isolamento social.


Quando a pandemia chegou ao Brasil, Arolde se manifestou bastante sobre o assunto no Twitter.


Cloroquina

Em uma das publicações, ele defendeu o uso de hidroxicloroquina, que nunca teve efeito comprovado cientificamente no combate contra a covid-19.


O tratamento da covid-19 com cloroquina divide a opinião dos especialistas. Fico com a sugestão do uso do medicamento desde o início, como quer o presidente Jair Bolsonaro, além do isolamento social seletivo. Porque? Porque é preciso resolver o hoje pensando no amanhã. Hoje é urgente salvar vidas; amanhã, salvar empregos, renda e empresas. Essas duas ondas, saúde e economia, já estão entrelaçadas e sinalizam para miséria, fome e caos“, opinou Arolde.


“Na medicina pode ser recomendável ter uma segunda opinião. O tratamento do covid-19 com cloroquina divide a opinião dos especialistas. Fico com a sugestão do uso do medicamento desde o início, como quer o Presidente @jairbolsonaro além de isolamento social seletivo. Porque?
— Arolde de Oliveira (@AroldeOliveira) April 10, 2020.


…porque é preciso resolver o hoje pensando no amanhã. Hoje é urgente salvar vidas, amanhã salvar empregos, renda e empresas. Essas duas ondas, saúde e economia, já estão entrelaçadas e sinalizam para miséria, fome e caos. Esse é o dilema de @jairbolsonaro e @lhmandetta
— Arolde de Oliveira (@AroldeOliveira) April 10, 2020.


Em outra publicação Arolde criticou o isolamento social, prática recomendada mundialmente para diminuir o impacto da covid-19.


Os números do vírus chinês no mundo e no Brasil demonstram a inutilidade do isolamento social. Autoridades, alarmistas por conveniência, destruíram o setor produtivo e criaram milhões de desempregos. O Presidente Jair Bolsonaro, isolado pelo STF, estava certo desde o início“, declarou o senador.
— Arolde de Oliveira (@AroldeOliveira) April 19, 2020.


Números em dúvida Em agosto, usando o termo pejorativo “covidão” adotado por aliados do presidente Bolsonaro para se referir aos casos de corrupção envolvendo a pandemia, Arolde postou comentário questionando os números de mortes atribuídas à pandemia.


Efeito covidão?

“Total de óbitos de abril a julho em 2019, 437.433, e em 2020, 491.336, aumento de 53.903. Como se os inimigos do Brasil comemoraram 100.000 mortes só pelo vírus chinês? Acho que muita gente vai responder por crime de corrupção e até de homicídio. Aguardemos…”
— Arolde de Oliveira (@AroldeOliveira) August 12, 2020.


“Uso eleitoral”

Arolde também denunciou que políticos supostamente faziam uso eleitoral da pandemia, mas não citou nomes. A manifestação repetia discurso de Bolsonaro, que durante toda a pandemia criticou prefeitos e governadores que determinaram o fechamento das atividades econômicas.
O uso eleitoral da pandemia mascara as reais intenções das autoridades. Observem que por trás de um pronunciamento demagógico sempre tem um pré-candidato a algum cargo. Não é preciso citar nomes. Atenção, nem tudo que reluz é ouro”.
— Arolde de Oliveira (@AroldeOliveira) April 4, 2020.


Vai para Cuba. RT @BlogdoNoblat: Que país é este onde o número de infectados pelo vírus avança a galope, o número de mortes também, enquanto o presidente da República recomenda o fim do confinamento social e o uso de um remédio que ainda não foi devidamente testado? Paiseco!

— Arolde de Oliveira (@AroldeOliveira) April 9, 2020.


Arolde estava com 83 anos e ficou internado no hospital desde 4 de outubro, até que sofreu falência múltipla de órgãos ontem. Ele foi o primeiro congressista do Brasil a morrer em decorrência da covid-19.


Covid-19 no Brasil e no mundo

Segundo dados do consórcio de imprensa, o Brasil chegou ontem a um total de 5.300.649 casos de coronavírus e 155.459 mortes pela doença. O país tem o segundo maior número de óbitos por covid-19 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e é o terceiro em quantidade de diagnósticos positivos, atrás de EUA e Índia, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
<https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/10/22/senador-morto-por-covid-19-questionou-virus-chines-e-criticou-isolamento.htm>

Ver mais COVID

Compartilhe este conteúdo:
WhatsApp
Telegram
Facebook
Twitter
Pinterest