PRIVATIZAR É BOM. OU NÃO?
Nesta matéria, faço minhas considerações sobre os argumentos em favor da
privatização encontrado no link abaixo: https://acidblacknerd.wordpress.com/2013/05/18/privatizacoes-10-motivos-para-ser-contra-10-motivos-para-ser-a-favor/.
10 motivos para ser a favor das privatizações
"1- Melhora nos serviços
Felizmente a realidade por si só já advoga a favor das privatizações.
Experimente andar numa estrada controlada pela iniciativa privada e numa
controlada pelo governo. Verifique a eficiência das empresas públicas e a das
privadas.
O que podemos concluir é que as
empresas privadas, por estar a todo momento sob risco e contra uma feroz
concorrência, são obrigadas a buscar saídas e soluções para gerar dinamismo e
optimizar suas funções – diferente das empresas públicas."
Será mesmo?
Infelizmente, o que ocorre na atualidade é que os
governos privatizadores estão precarizando os serviços públicos, para convencer
o povo que privatizar é bom. Uma estrada
privatizada pode ficar melhor do que aquela a que o governo não dá atenção,
apesar dos altos impostos que pagamos sobre os combustíveis para percorrê-la,
mas fica muito caro para nós, uma vez que temos que
pagar altos pedágios.
"2- Corrupção
Diferente de uma empresa pública, os funcionários de uma empresa privada sabem
muito bem quem é o dono da empresa e para quem trabalham. Os desvios de recursos
nas empresas privadas são bem inferiores ao das empresas públicas,
pois, diferente das empresas públicas, as empresas privadas não se capitalizam
com apenas dinheiro público. Logo, com as privatizações a
corrupção nas empresas será reduzida. Prova disso é que pagar a mensalidade
de um aluno no serviço particular geralmente é mais barato do que sustentar o
mesmo aluno no ensino público."
Você que tem
filho sabe que isso não é verdade. As mensalidades escolares
aumentaram exageradamente durante o governo privatizador de FHC, tornando a
educação uma das mercadorias mais caras do país, e as pessoas só pagam escolas
particulares, porque a desvalorização dos professores por esses privatizadores
levam os mais competentes educadores a fugir de uma escola pública, onde se
ganha cada vez menos, tornando a educação pública ruim. Assim, só os mais
pobres deixam os filhos das escolas públicas. E,
se não houvesse escolas públicas, o analfabetismo estaria muito maior, haveria
muito menos gente qualificada, e o que o
Estado iria arrecadar a menos em impostos seria muito mais do que gasta com a
Educação.
"3- Cabide de emprego
Todos sabemos que as estatais servem apenas de cabide de empregos para que
políticos indiquem pessoas desqualificadas para cargos altamente gabaritados.
Até a Dilma foi indicada para um cargo na Petrobrás com salário de 100
mil reais.
Logo, as estatais abrigam muito mais
funcionários do que deveriam para, às custas do nossos impostos,
empregar apadrinhados do partido do poder, que irão desviar recursos
das empresas públicas para seus partidos, que assim se perpetuarão no poder."
Se todos os
servidores públicos fossem concursados, esse problema estaria resolvido. A
falha já começou quando o constituinte colocou na nossa Constituição essa
oportunidade para os políticos instituindo os cargos de "livre nomeação e
exoneração". Se isso não tivesse sido intencionalmente colocado lá, só as
pessoas mais capazes estariam em serviços públicos. E os salários dos
servidores das estatais não são pagos com impostos, mas com receitas das
próprias estatais, que, seja muito ou pouco, dão lucro ao país. E estatais
não têm por finalidade principal dar lucro, mas prestar a custo mais suportável
um serviço que custaria muito mais ao povo se fosse prestado por uma empresa que
visa o lucro em primeiro lugar.
"4- Crescimento
Numa empresa privada, os funcionários
são promovidos através do mérito e esforço. Logo, o profissional evolui ou
regride na sua carreira de acordo com seu desempenho. Numa empresa pública, é
muito difícil demitir um funcionário improdutivo e há como evoluir na carreira
através de um generoso plano de carreira ou de um apadrinhamento político.
Situações com essa desvalorizam o
profissional que quer trabalhar e premiam os canalhas, pois no serviço público a
diferenciação entre a remuneração é inferior a do serviço privado.
Logo, um ótimo
professor do ensino público acaba ficando desmotivado com as péssimas condições
de trabalho e de remuneração, acabando oferecendo um serviço pior do que o
oferece no serviço privado."
Aí está um
problema criado pelos próprios políticos privatizadores. A desvalorização
dos servidor público é que causa o problema. Isso é a intenção dos
privatizadores, que desejam acabar com todos os serviços públicos, criando um
ambiente onde o abismo entre o rico e o pobre se torna extramente maior.
E,
depois de privatizarem serviços públicos, criam agências reguladoras,
que, essas sim, consomem dinheiro público e muitas vezes, em vez de proteger os
cidadãos, atuam em benefícios as empresas por elas reguladas.
"5- Concorrência
Vejamos o exemplo da Vale. Não havia dinheiro para os investimentos necessários
para a empresa crescer e se manter competitiva. Os balanços da empresa estavam
sempre no vermelho. Depois de privatizada, a Vale cresceu, emprega mais
brasileiros e paga muito mais impostos do que antes.
Antes das privatizações, só ricos
podiam contar com uma linha telefônica. As privatizações aumentaram a
concorrência e entre as companias, que passaram a oferecer um serviço cada vez
mais acessível ao cidadão comum. Por pior que seja o
serviço de algumas operadoras, certamente é melhor e mais barato aos nossos
bolsos do que seria se elas fossem estatizadas."
Ao contrário, o custo da nossa
telefonia aumentou extremamente durante o governo prizatizador de FHC. A
constatação em 2001 é que, desde a implantação
do Plano Real até aquele ano, um período em que a inflação oficial não chegou a 100%, as nossas
contas telefônicas subiram 344,82%, proporcionando-nos mais esse recorde:
a telefonia mais cara do mundo.
Quanto à Vale, sabemos que
foi vendida a preço de banana, transferindo os lucros brasileiros para os que a
compraram, e logo em seguida o preço do ferro foi bastante majorado, em prejuízo
para nós que compramos mais caro os produtos proveniente desse ferro.
"6- Privilégios
Enquanto que a maioria esmagadora dos brasileiros que pagam impostos trabalham
na iniciativa privada, não contando com nenhum privilégio, muitos trabalhadores
da estatais têm estabilidade em seus cargos. Como pode o cidadão acabar
sustentando via imposto o BNDES para que esse financie empresas onde os
trabalhadores contam com privilégios?"
O que chamam de
privilégios é uma simples medida que constituintes anteriores tomaram para que
aqueles que provam suas capacidades concorrendo com milhares não fiquem tão
expostos às perseguições políticas.
Se, mesmo com a estabilidade os servidores públicos já são perseguidos,
se não houvesse o concurso e a estabilidade, os órgãos
públicos estariam abarrotados desde os mandantes aos menores subalternos
exclusivamente com os familiares dos políticos que estivessem no poder.
"7- Inchaço
Ao privatizar estatais, o Estado passa a contar com os recursos da compra e
assim poder focar mais nas suas funções essenciais, as quais a iniciativa
privada não pode atuar: defesa do país, segurança, saúde, infraestrutura,
educação, etc. O Estado deve fazer menos e fazer melhor. De nada adianta o
Estado atuar em todas as áreas se ele atua de forma ineficiente com o dinheiro
do contribuinte."
O que
nosso histórico político das últimas décadas nos mostra é que, período das
privatizações, grandes patrimônios públicos foram entregues por valor muito
baixo, e o País, além de perder para sempre os rendimentos percebidos por
meio daquelas empresas, saiu
muito mais endividado.
"8- Risco
A forte atuação do governo em empresas estatais acaba fazendo com essas empresas
percam valor no mercado, como é o caso da Petrobrás.
O investidor internacional fica
receoso de investir numa empresa onde o objetivo não é só lucrar, mas também
regular inflação e apadrinhar pessoas nos altos cargos. Como resultado disso,
todo o país perde, pois o Brasil investe seus investimentos de longo prazo
comprando ações da Petrobrás. Logo, a má gestão do governo acaba afetando até o
brasileiro comum, que não investe na bolsa."
A
Petrobrás, mesmo com todos os desvios que sempre existiram, dava bom lucro ao
país. Só veio a ter prejuízo após o começo da apurações de corrupção, que
levaram investidores a mover ações bilionárias que têm um custo bem maior do que
o que os políticos desviaram.
"9- Prejuízo
Nas empresas privadas, quando uma
fraude acontece, quem sai prejudicado é o acionista. Nas empresas públicas é o
contribuinte, ou seja, todos os cidadãos. Quem manda nas empresas privadas são
os acionistas controladores. Nas empresas púbicas os funcionários mandam e
desmandam através das corporações."
Na
verdade não são os funcionários que mandam e desmandam. Quem manda e
desmanda são os amigos que os políticos que estão no poder colocam para comandar
os funcionários. O que há de ruim é não haver concurso para os
comandantes, o que deixa os governantes como donos de tudo. São esse
que são colocados lá ao belprazer dos governantes que operam os esquemas de
fraude.
"10-Contratação
Nas empresas privadas a área de
recrutamento de pessoal existe para contratar os melhores para o desempenho das
atividades sempre muito competitivas. Nas públicas a contratação é feita: 1-
concurso (que só identifica a inteligência, mas não a produtividade); 2- por
definição política (onde a técnica é desconsiderada); e, 3- por indicação de
pessoas ligadas ao governo, para ocuparem os perigosos CCs."
Imaginem se o serviços público pudesse ter todos os seus cargos preenchidos por
meio de negociação! Em vez ter as pessoas mais habilitadas selecionadas
pelo concurso, os órgãos públicos estariam a cada quatro anos fazendo um rodízio
substituindo os familiares e amigos dos quem saem do poder pelos familiares e
amigos dos que entram. Isso seria bom para quem precisa do serviço público?
O que poderia ser feito para o bem do país é acabar com a brecha constitucional
dos cargos de comando de livre nomeação e
exoneração, devendo eles também serem
preenchidos por pessoas concursadas.
"11-Descontinuidade devido às
eleições
As empresas privadas podem escolher
o caminho da Governança Corporativa. As empresas públicas só podem esperar o
resultado das eleições para que seja definido como será feita a administração
das mesmas mais adiante."
Para
amenizar esse problema, deveria ser obrigatório um concurso público também para
os cargos de comando, ou, pelo menos, ser proibido dar esses cargos a pessoas
que não pertença aos quadros concursados.
"12-Demora
As fraudes apuradas nas empresas
privadas são, geralmente, de curta duração. As decisões do dono ou controlador
tratam de minimizar as conseqüências ruins e novos controles tratam de prever
melhor as crises. Já nas empresas públicas tudo é demorado e dificilmente
empregado é demitido. O representante dos donos (cidadãos-contribuintes) jamais
toma decisões drásticas."
Como se
pode ver nos fartos noticiários atuais, a
principal fonte de alimentação da corrupção não é a existência de empresas
públicas, mas o financiamento privado de campanhas eleitorais,
sistema que os políticos privatizadores fazem tudo manter.
Grandes empresas dão grandes somas de dinheiro
para ajudar a eleger aqueles que prometem favorecê-las quando no poder.
Para perceber isso, basta observar os grandes nomes que aparecem ligados aos
políticos corruptos: Odebrecht, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, empresas X
de Eike Batista, etc.
"13- Publicidade
A publicidade dos produtos da empresas privadas é, geralmente, medida pelo
retorno das vendas e da institucionalização da imagem. No caso da publicidade
das empresas públicas a decisão só tem como objetivo ajudar os amigos e
aduladores."
Toda
publicidade visa a promover a empresa. O que deveria haver é transparência
para evitar que o uso indevido das coisas públicas, uso esse cujos envolvidos
pertencem na maioria aos partidos que são a favor da privatização.
14-Burocracia
"As empresas privadas, como se sabe, não fazem licitações. Fazem negociações. Já
as empresas públicas, além de serem obrigadas a licitar tudo, acabam por
oportunizar fraudes por parte de quem quer vencer as licitações. Isto sem falar
na demora que a burocracia impõe para as compras."
Se,
como a licitação existe fraude, sem ela seria pior ainda. A licitação não
deveria ter nada de sigiloso, devendo ser tudo público. Assim, quem
fizesse a melhor oferta publicamente ganharia a concorrência, e dificultaria
mais a fraude.
"15–
Mito do “petróleo é nosso”
Da onde que as pessoas acreditam que o petróleo é nosso? Até onde eu sei o
dinheiro do petróleo acaba sendo revestido para fins secundários. Como para
financiar os esportes, a cultura, os filmes nacionais, fazer propaganda em
revistas e jornais que apoiam o governo, criar comerciais de tv, etc.
Se os lucros do petróleo fossem
destinados inteiramente à educação, poderia até não reclamar. Porém, a realidade
é que ele é destinado para muitos fins que pouco ou nada beneficiam a população.
Por que uma propaganda da Petrobrás
numa revista me beneficiaria? Por que o investimento da Petrobrás num filme que
eu não quero ver me beneficia? A verdade é que esses incentivos à cultura acabam
fazendo com que a nossa imprensa e classe artística acabe se tornando defensora
desse sistema que os beneficiam. Logo, eles defendem que o petróleo é nosso, mas
é porque o dinheiro do petróleo, na verdade, é deles.
Se o petróleo é nosso por que o ouro
também não é nosso? Cadê a Ourobrás? Então por que a preciosa água também não é
nossa? Cadê a Águabrás? Então por que a banana também não é nossa? Cadê a
Bananobrás. Só acreditamos que temos que estatizar a produção daquilo que está
no nosso território porque somos uns bananas que moramos na Banânia.
Nossos recursos naturais devem ser
explorados, sendo o lucro repassado para o explorador e os impostos da
exploração destinados aos nossos serviços. O Estado não necessariamente tem que
ser o explorador, apenas o bom gastador dos recursos dos impostos da exploração."
Que ideia inteligente!
Comparar ouro e petróleo com banana! Banana, como todo vegetal, é algo
ilimitado, que, quanto mais se planta, mais se tem. Ou se planta ouro e
petróleo também? Não basta o quanto de ouro que os portugueses levaram do
Brasil no tempo colonial, agora tem gente achando que é bom negócio entregar
para outros estrangeiros levarem em troca de um pouquinho do precioso e escasso
metal. Minerais de todas espécies não deveriam ser desperdiçados assim.
Petróleo também todos sabem que não se planta nem se fabrica. E, por falar
em "Aguabrás", agora até a água eles estão privatizando. Com certeza a
água ficará mais cara onde isso ocorrer, deixando os pobres um pouquinho mais
pobres, já que não podem viver sem água.
Vejam alguns dos
MALES DA PRIVATIZAÇÃO.
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POLÍTICA BRASILEIRA