05/09/2017
“O trabalhador da empresa privada está financiando a previdência do servidor público“ (Francisco Câmpara, Rádio Super, 04/09/2017). Será que Francisco Campara não conferiu com quanto um funcionário público contribui para a Previdência, ou simplesmente está a serviço dos que querem privatizar a Previdência?
O teto da previdência, que já foi vinte salários mínimos, hoje caiu para R$5.189,82, e as coisas tendem a piorar. É o que os bancos querem, e o governo sempre pende para o lado deles. E, quando se fala em previdência do serviço público, aí é que muitos ficam irritados. Pois, no serviço público, para quem ingressou até 2003, não há esse teto. O teto é a remuneração do servidor. Mas, o que se evita levar a público é que a contribuição do servidor público também é sobre toda a remuneração.
Um trabalhador da empresa privada, ainda que ganhe R$20.000,00 (vinte mil reais), contribui para a Previdência com 11% de R$5.189,82, tendo direito a uma aposentadoria de no máximo R$5.189,82 (cinco mil cento e oitenta e nove reais e oitenta e dois centavos).
Diante disso, dizem ser injusto um servidor público que ganhe 20.000,00 aposentar-se com 20.000,00. Mas escondem a informação de que o servidor público contribui com 11%, não de R$5.189,82, mas de R$20.000,00. Aí está a mentira do argumento da injustiça dos proventos do servidor público. Se o trabalhador tem direito a se aposentar de acordo com sua contribuição, por que seria injusto quem contribui sobre um valor de 20.000,00 aposentar-se com um provento de 20.000,00?
O teto da previdência caiu de vinte salários mínimos para o valor atual (R$5.189,82) e tende a cair mais, não para viabilizar a previdência pública, mas para forçar todos os trabalhadores a utilizar a previdência privada, que é muito lucrativa para os bancos, e é uma seguridade um tanto insegura, haja vista os vários fundos de previdências quebrados ao longo dessas poucas décadas da história previdenciária.
Se o teto da previdência hoje fosse de vinte salários mínimos, o gasto previdenciário seria bem maior do que é atualmente, mas o volume de contribuições seria proporcionalmente bem maior, apenas os lucros dos bancos com previdência privada seria bem menor. Os donos do capital especulativo têm horror a isso.
A alegação de Campara de que o empregado da empresa privada financia a previdência do servidor público não é verdadeira, uma vez que, para fazer jus a uma aposentadoria sem teto, o servidor público tem uma contribuição também sem teto, ou seja, contribui sobre o total da remuneração.
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